SAMARRA HILLS

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Foto-Exposição - Baleal

No passado dia 2 de Setembro, eu e dois Amigos meus empreendemos uma viagem até às Berlengas. Foi imensamente interessante e dessa experiência concreta foi possível trazer-vos a Foto-Exposição anterior. Quando regressámos a Portugal continental decidimos explorar visualmente outras ilhas, desta vez as do Baleal. É um local encantador, de uma beleza não exuberante e colossal mas sim subtil.
Durante grande parte do tempo, a Ilha do Baleal permanece uma península, ligada ao continente por um tômbolo de areia (a Praia do Baleal). A Ilha das Pombas e o Ilhéu de Fora compõem também este conjunto de ilhas calcárias. Ao abrigo das correntes oceânicas que fustigam Peniche, devido a uma questão de ângulo da própria ilha, o Baleal alberga várias pequenas enseadas e reentrâncias, a Este, espaços esses de enorme beleza. A forma como a povoação se articula com a morfologia da ilha e com o mar confere àquele sítio um espírito doméstico e de conforto.
Aqui ficam algumas fotos deste local:

Sinal de trânsito genial!

Vista ocidental da ponta da Ilha do Baleal.

Vista para as Ilhas Berlengas, a Oeste.

Vista para a Ilha das Pombas.

Pormenor do bloco calcário da Ilha das Pombas.

Ermida de Santo Estevão.

Portinho na parte abrigada da ilha.

Pormenor da povoação.

Barcos estacionados no portinho.



Fotos tiradas por Paulo Cruz e Carlos Duarte Simões.

Foto-Exposiçao - Berlenga


Em cerca de 800 km. de costa existem, na plataforma continental portuguesa, duas ilhas dignas desse nome. Recém-chegado, duma Pars mais setentrional, mas onde se vive o espírito da Samarra, apresento-vos uma delas, que foi alvo de uma expedição da equipa do Samarra Hills.
Apenas duas ilhas é uma contabilização livre, que pode ser contestada. Em termos absolutos são algo mais, mas se excluirmos barras de areia, sobra-nos o Pessegueiro, ao largo de Porto Covo, na costa alentejana, e a Berlenga Grande, maior ilha do Arquipélago das Berlengas, situada a cerca de sérios 10 km a Oeste Noroeste do Cabo Carvoeiro e onde a plataforma continental europeia tem o seu ponto emerso mais ocidental.


Escarpas graníticas, de tom róseo, na vertente Sul da chamada Ilha Velha, a parte ocidental da Berlenga. A rocha granítica que constitui a Berlenga e as Estelas formou-se quando todas as massas continantais do planeta se soturaram para formar o súper-continente Pangea, há 280 milhões de anos. No período Jurássico, há cerca de 180 milhões de anos, o rápido processo de abertura do Atlântico, com o afastamento da Placa Americana, forma uma grande ilha no centro do oceano. Esta, ao afundar-se, deixa emerso o seu extremo mais oriental, as Berlengas actuais. As ilhas são, assim, o único testemunho duma história completamente diferente daquela da bacia sedimentar continental ao largo da que se encontra, proporcionando um ambiente e paisagens, evocativos de outras eras, que não existem em terra firme.


Uma pardela e uma gaivota em voo junto às falésias onde nidificam. Hoje, a Berlenga é um santuário da conservação de espécies faunísticas, que, no caso das aves marinhas, ali encontram o ultimo refúgio na Península Ibérica para nidificar.


Uma lagartixa-de-Bocage-das-Berlengas. Num espaço tão exíguo, essas espécies desenvolveram características diferenciadoras para ali resistirem.


Paisagem árida do interior da ilha.


O conjunto dos Farilhões, ao fundo, com o farolim no topo do Farilhão Grande. Em primeiro plano, o esporão do Ilhéu Maldito.


Enseada abrigada onde se instalou o cais do Carreiro do Mosteiro


As tonalidades que atingem as águas junto aos recifes.


O topo da torre do farol, erguendo-se acima da cumeada da escarpa. Foi edificado em 1839, no ponto mais elevado da ilha, a 92 m. acima do nível do mar, erguendo a luz da sua lanterna a 29 metros de altura, alcançando uma distancia visível de 27 milhas.


Fortaleza de S. João Baptista, acessível pela estreita passagem, é o aspecto de humanização mais espectacular da Berlenga, construido em 1651.


Um braço de mar serpenteando pelo desfliladeiro do Carreiro dos Cações, provocado por erosão duma falha geológica que divide a ilha nos seus dois sectores.
Esta foto-exposição pretende traduzir a grande marca da Berlenga, escondida a um primeiro olhar ou à primeira aproximação: a diversidade.
Gostaria de concluir esta foto-exposição com a informação adicional de que o Arquipélago das Berlengas detém o estatuto de protecção integral mais antigo que se conhece, por um documento datado de 1465, emitido por D. Afonso V, a proibir que se fosse caçar às águas do arquipélago. Hoje, além de estatutos específicos para cada particularidade, é Reserva Biogenética do Concelho da Europa.
“Quando a última das terras é uma ilha, tudo se torna mais vulnerável.” lemos num documento informativo fornecido aos visitantes. E esta é uma das duas únicas que temos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011