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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Análise breve sobre a antagonia Campo-Cidade.


Este fim-de-semana assistimos todos ao Carnaval que correu o país de Norte a Sul, de Ovar a Loulé. Mas eu, um alegre saloio, preferi revisitar o grandioso Carnaval de Torres Vedras, a capital do Oeste/Parte que Interessa da Estremadura. E é sobre essa experiência que aqui venho dissertar.

Ali, em Torres Vedras, o Carnaval, que pode ser algo enfadonho e ridículo, de fortes raízes folclóricas de teor abimbalhizante xD, ou consporcado em termos culturais, pelo Carnaval brasileiro, tem uma enorme piada. As pessoas de facto divertem-se! De repente toda a Humanidade que se encontra naquela cidadefica "louca" e decide deixar para trás a sua expressão mais sóbria e passa também a saltar e a divertir-se de forma descontrolada, digamos... E ainda bem! Toda a gente interage, toda a gente se diverte em conjunto, todos partilham um espaço confinado e apertado e dançam e saltam sem constragimentos. Ali parece que todos aceitam a concepção de espaço público e de partilha do mesmo de forma descontraída.

Ora, analisar causas para aquela cidade se tornar em 5 dias a capital da interacção feliz entre pessoas é algo interessante:
Primeiro, porque é que não há Carnaval em Lisboa? A resposta é simples. Ali as pessoas não se divertem, é proíbido! Até sorrir é mal aceite. E se alguém esboçar um sorriso no metro ou algures noutra parte de Lisboa, rapidamente perceberá que todas as pessoas que se atulham ao seu lado o censuram. Alguém feliz e descontraído em Lisboa torna-se o centro do Vniverso, no mau sentido claro.
Ora, em Torres Vedras esta gente macambúzia e triste não existe, e se existe, enganou-se no sítio. Em Torres Vedras e arredores(Mafras, Ericeiras, Nortes de Sintra, Sobrais de Monte Agraço, Lourinhãs, etc.) as pessoas não dormem em dormitórios verticais, e se dormirem, não têm de viver confinados pelos transportes públicos, pelo trânsito, pelas multidões, pela poluição. Então as pessoas aqui, no Oeste vivem bem e felizes, em comunidade, em partilha. E o Carnaval muitas vezes é a festa rainha desta situação social e cultural, seja em Torres como em cada colectividade ou sociedade recreativa de cada localidade.
E enquanto estes saloios (habitantes do Oeste), se divertem de forma simples mas "quente", os Lisboetas assistem em casa, nos seus sofás achando disparatadas tais manifestações sentimentais xD.

Então o que se tira do meu pensamento de hoje é que a grande diferença cultural e social entre o Campo e a Cidade é que no Campo vive-se bem e em felicidade e na Cidade... Enfim, coitados...

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. És Lisboeta, para saberes se são todos assim? conehço quem não seja, e são já várias as vezes que vi gente alegre nas ruas da Baixa...

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  3. o carnaval português na minha opinião está cada vez mais a perder todas as suas origens celtibéricas( perdoem me se falho o termo)para todas as folias repetitivas do samba brasileiro, quanto ao nosso carnaval de loures bem, já foi muito melhor

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