quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Simbiose
Quando, num dia de Inverno,
me perco junto ao mar...
Encontro-me
E quando, num dia de Inverno,
pelos campos verdes me deixo vaguear...
Percebo-me
Quando, numa tarde de chuva,
Num bosque busco abrigo...
Conforto-me
Quando, numa tarde cinzenta,
de tons cinza me preencho...
Alegro-me
A minha existência apenas está completa entre o Cosmos real,
Sou apenas feliz entre aquelas ondas e aquelas rochas,
Sorrio somente quando estou envolto em sargaços e espuma,
quando caminho cheio de areia e terra nos meus sapatos.
Não temo os elementos, temo não tê-los.
Temo não poder percorrer a beira mar, não poder correr sobre a relva molhada ou subir, em custo, alguma falésia.
Morro se me apartarem da violenta rebentação do mar
da glória rubra de um Sol poente
Sangraria até à morte se me prendessem onde não chegasse
a brisa fresca da Ericeira azul,
ou da Samarra prateada.
Quando, naquela noite fria
me deitei de costas para a Terra
Questionei-me
Quando, naquela noite gélida
as alvas estrelas avistei
Compreendi-me
Apenas existo quando existo em Simbiose...
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