terça-feira, 5 de abril de 2011
Saudade
Sinto saudade de atravessar os caminhos verdes,
colhendo amoras aqui e ali,
enquanto as árvores recortam a luz do Sol,
sobre o meu corpo feliz.
Caminhava num silêncio cheio
do cantar das aves e do soprar da brisa,
por entre altos carvalhos e pinheiros,
colhendo a paz entre o zumbido dos insectos
e o murmurar doce de um riacho próximo
E eu não me cansava de andar nos bosques,
nem me cansava de ouvir os pássaros
nem de me cortar nas silvas
Eu não cessava de quebrar o silêncio daquela tarde,
com as minhas passadas incertas sobre as folhas caídas
e sobre os trevos do chão.
Eu avançava pelas veredas silvestres
e era apenas feliz, descalço sobre a cor verde
sorrindo sob a cor azul...
Não queria mais que percorrer um simples caminho
nem pensava em mais que colher amoras.
Todos aqueles estímulos me despiam do mundo humano.
Ali, naquela tarde, entre as coisas vivas,
Eu abneguei e atingi o tão fugaz prazer
de Eu e o Cosmos sermos a mesma coisa.
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