SAMARRA HILLS

Conceptualize

domingo, 27 de junho de 2010


Acorda...
Veste as matérias nobres,
Pega na lâmina simbólica, ergue a bandeira azul
Grita fundo, rasga o mundo.
Não temas a morte, ela que te tema!
baixa a viseira, ocupa posição cimeira,
inclina-te para o alvo, toma a natureza plena.
Abre os olhos, estende os braços!
Prepara o coração e,

Ilumina a Escuridão

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Gravidade Zero


Lanço-me nessa ausência gravítica,
Alcanço-me nessa pureza existencial,
Na vertigem desse vórtice espácio-temporal,
Neste êxtase, nesta paragem cardíaca,
Nego a minha trajectória orbital
E empreendo esta viagem sobrenatural,
Para além da minha mundividência empírica
Além da cosmovidência tradicional,
Além mesmo da malha espacial,
Eu mergulho de forma fatídica,
No Cosmos Real...

sábado, 19 de junho de 2010

Poema da Verdade


Percorre essa costa, passa a mão nesse feno, acaricia as ervas,
Recolhe o que o Sol te dá.
Percorre esse bosque, arranha-te nas suas silvas,
Recolhe o que a Terra te dá!

Lê a poesia das sombras das folhas, dos cheiros das flores,
Colhe os cantos das aves.
Abraça aquela rocha, ama-a com mil amores,
Escuta além os rugidos graves...

Escuta além, são os rugidos do mar!

Por entre os Pinheiros, abnega, deixa-te cair, faz-te deitar...
A cama da Natureza é o teu lar.
Amassa a relva com a tua mão, deixa-te dormir, faz-te ficar...
A relva é tua irmã e é irmã do mar.

Cai ao Mar, deixa-te apanhar! Rasga as ondas com audácia!
O Mar ama os audazes, e tu amas a sua espuma.
Junto à rebentação os teus medos são uma falácia!
Junto à marítima explosão a tua existência e a do Cosmos são uma.

Observa o céu à noite, marca a tua posição no mapa do Espaço e do Tempo,
Lá em cima os astros movem-se à velocidade da luz e são reais...
É a Verdade nas Estrelas que me dá alento...
É a Verdade do Cosmos que me faz não pedir mais!

Depois de percorreres, irmão, de leres, de escutares, de caíres, depois de observares
Morre feliz, pois viveste de Verdade.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Teoria do Caos

Hoje decidi explicar o que entendo por Teoria do Caos, uma das teorias que mais admiro e me fascina e que nos permite perceber até onde vão as nossas capacidades de compreender o Cosmos. Insisto em que este texto aplica-se à noção que o Homem consegue ter do Cosmos, impossibilitado pelo Caos, e não corresponde ao real cósmico.

O "Caos" é visto como o culpado da imprevisibilidade das coisas, mas na realidade só o é para nós. Não significa que o Caos torne o Cosmos algo que vai acontecendo ao acaso, à medida que o tempo passa. Na realidade, essa "desordem" (como a chamamos) não passa de variadíssimas sucessões de causas/consequências que até certo ponto nos são alheias mas que num dado momento se cruzam com as nossas próprias causas/consequências, alterando-as. O Caos é visto como imprevisibilidade porque é uma regra aplicada à incapacidade de análise de todos os factores que possam estar envolvidos na elaboração de um dado acontecimento, ou seja, qualquer coisa que aconteça é afectada/manipulada pela movimentação matérica em todo o restante Cosmos.
Por exemplo: "um choque de ombros na rua". Tal só aconteceu porque uma panóplia de factores o permitiu. Aconteceu porque um deles ia distraído, ia distraído com um pedinte do outro lado da rua, que era pedinte a mulher tinha-lhe roubado o dinheiro todo, porque era gananciosa, e era gananciosa porque os pais dela nunca lhe deram nada em pequena, e nunca lhe deram nada porque nunca a quiseram ter, e isso porque os filhos dão prejuízo, e dão prejuízo porque o país não tem um regime natalista. E aconteceu o choque porque o outro individuo também ia a olhar para o relógio, porque estava atrasado, porque tinha acordado tarde, porque também tinha-se deitado tarde, porque quis acabar de ver o filme... E assim se vê pequenos factores espalhados por todo o Cosmos que contribuiram para que aquele choque de ombros se desse. Pequenos factores que contribuiram significativamente para o acontecimento posterior, tal e qual o aclamado Efeito Borboleta. Um bocado como as pessoas: quando conhecemos alguém novo, ele não surgiu unicamente naquele momento, para nós; tem tal como nós, todo um percurso por detrás, toda uma história.
É com base nesta teoria que defendo que o curso do Cosmos já está traçado, tal como digo que mal uma criança nasce, já toda a sua história está construída, porque na altura do nascimento, todos os factores que a rodeiam vão influenciar o que irá acontecer, e tudo isso será causa de consequências, que serão causas de consequências, que serão causas de consequências. Mas não é por já toda a história estar determinada que deixamos de agir, que pensamos que o desafio de viver se perde; nós continuamos sem conseguir analisar TODAS as movimentações matéricas que nos vão influenciar, e por isso a Surpresa será algo que continuará sempre presente na nossa vida.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pensamento sob as Estrelas


Quando à noite me deito no chão e observo o céu estrelado pergunto-me quantas vidas existirão a orbitar todos aqueles pontos de luz distantes. Pergunto-me quantos estarão nos seus planetas a olhar para os céus, deitados nos seus chãos, questionando-se do mesmo. Pergunto-me quantos seres lá em cima estarão nesse momento a amar outro ser, quantos se questionam abertamente sobre si e sobre o Cosmos como eu aqui na Terra. Questiono-me se sou assim tão importante quando sou apenas parte de um ponto de luz para outras centenas de biliões de pontos. E isso alivia-me, deixo de ser um ser à imagem de Deus, passo a ser imperfeito e mínimo!
À noite, quando me deito no chão e olho para cima, para as Estrelas, deixo de ficar deitado na Terra e fico em pé no Cosmos, e conheço-me...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

"There is a pleasure in the pathless woods;
There is a rapture on the lonely shore;
There is a society, where none intrudes;
By the deep sea, and music in its roar:
I love not man the less, but Nature more..."

Lord Byron