SAMARRA HILLS

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Hypatia

Hypatia (350/370 d.C.-415 d.C.), foi a última bibliotecária da Biblioteca de Alexandria e uma brilhante matemática. Educada em Atenas e na Itália, inseriu a sua acção na linha Neoplatónica e ensinou matemática, astronomia e filosofia na sua cidade natal de Alexandria. Tornou-se influente nos circuitos político-sociais da capital do Egipto Romano e viu-se envolvida na comoção vivida entre as suas várias facções cristãs e as suas facções não cristãs. Talvez por se ter tornado próxima do Perfeito romano de Alexandria, Orestes, ou apenas por se ter tornado num símbolo do Conhecimento e da Ciência na cidade (atributos relacionados, indevidamente, ao paganismo na cosmovidência das comunidade cristãs desse contexto), Hypatia foi assassinada brutalmente a caminho de casa por uma multidão de cristãos partidários de Cyrillus, Patriarca de Alexandria, que a despiram e que a arrastaram pelas ruas para por fim lhe arrancarem a carne dos ossos com cacos de cerâmica e a queimarem viva. Hypatia seria esquecida e demonizada enquanto Cyrillus seria tornado santo.
Hypatia, embora ligada ao Neoplatonismo, linha de pensamento que procurava a negação da observação racional do Cosmos em detrimento da Lógica matemática na busca do Conhecimento,
existiu de forma revolucionária no seu contexto espácio-temporal. Aparece como uma mulher que procurou aquilo que lhe é direito, a igualdade humana, num momento na História em que as mulheres tinham uma liberdade social e política bastante constrangida. Foi educada como um rapaz e movimentou-se sem grandes impedimentos pelos espaços tradicionalmente masculinos da sua sociedade. Era uma mulher livre e racional, bastante digna e correcta, interessada pelos assuntos do Cosmos, possuidora de uma enorme curiosidade e terá sido um dos últimos fôlegos da Ciência Clássica.

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