SAMARRA HILLS

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segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Erro


O que é errar? É irracional errar? E se sim, até que ponto são as consequências do erro elas próprias erradas?

O erro define o ser vivo, é algo natural e transversal a toda as formas de vida. Um gato que tenta saltar para o cimo de um muro pode errar e falhar o salto, caindo no chão, da mesma forma que um humano pode iniciar uma guerra. Embora o conceito de erro humano seja muitas vezes articulável com a moral e a ética, os erros do gato e do Homem surgem no mesmo plano como algo que causa irracionalidade, desequilíbrios naturais e, logo, sofrimento. Na busca da prosperidade própria e da prosperidade do Meio, os seres vivos que agem no Cosmos evitam o erro. No seu perfeito juízo, um Homem evita também cometer erros e quando os comete, geralmente, julga estar a evitar cometê-los.
Portanto o erro define o Homem, o Humano real em oposição ao idílico/máquina. É uma característica humana que nos lembra os contornos da nossa existência como composições biológicas animais e falíveis por natureza. O ser humano erra, falha, comete irracionalidades. Isso parece inevitável e, em certa medida, saudável. O erro é natural. Logo a forma mais racional de lidar com ele é a sua aceitação nos termos reais do mesmo e compreender a natureza humana como algo predisposto a errar.

O erro é também o primeiro passo para a compreensão do correcto (em oposição lógica ao errado). Este traz conhecimento, empírico, sobre o Cosmos, dentro da lógica de causa-consequência. O gato que tenta chegar ao cimo do muro e falha, impulsionando-se do chão com X quilogramas de força, compreende que para conseguir chegar ao seu objectivo na próxima vez terá de se impelir utilizando X+Y Kg. A consciência do erro possibilita a aprendizagem, logo há uma natureza didáctica no erro, que permite ao individuo que erra consertar, se possível, a sua acção. A atitude racional portanto é evitar errar, a partir do que se conhece do que nos rodeia, e, quando se erra, reconhecer o erro, apreender conhecimento do mesmo e tentar consertar as suas consequências.

A compreensão do erro leva à Racionalidade, por fim.

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