SAMARRA HILLS

Conceptualize

terça-feira, 26 de julho de 2011

The woods and beyond


At the end of the day
Scattered red photons cross the spaces between trees.
At the speed of light they come from left or right,
and from X, Y and Z, they put me sweetly on my knees.



Oh and I cross the long shadows of pines too,
In the direction of the mighty orange sun.
Painted in amber, my new dreams begun
And my old fears are gone, when painted in blue.



In the horizon a star sets
And the ocean beats openly in my heart.
Here I am going back to the start
And smiling my body resets.


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Adeus


30 anos após o primeiro voo, o programa do Space Shuttle terminou hoje com a aterragem do Atlantis após a sua última missão, a STS 135. Questiono-me sobre o futuro da exploração espacial após este término.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Apollo 11 - 42º aniversário


Às 20h 17m 40' UTC do dia 20 de Julho de 1969 o Homem pousa pela primeira vez numa superfície exterior à Terra. A Apollo 11 transportou Michael Colins, Niel Armstrong e "Buzz" Aldrin até à órbita lunar, tendo alunado depois, no Mar da Tranquilidade, os dois últimos. Apenas nas primeiras horas do dia 21 um Humano dará os primeiros passos na Lua. De facto "one giant leap for mankind".
Na minha opinião, este foi um momento de enorme importância para a Humanidade, um dos mais reveladores da nossa força e da nossa enorme capacidade de superar obstáculos. Somos algo que, há 2.6 milhões de anos atrás, começou a talhar ferramentas básicas de pedra para facilitar a sua relação com o Meio e que, agora, cria ferramentas para o transportar para além da sua atmosfera, para outros mundos. Isso é epopeico.
Quando olhei hoje para a Lua que pairava no céu frio da manhã não pude evitar pensar, algo chocado ainda: "Nós estivemos lá!"

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ὠκεανὸς - Europa


Até agora, para o nosso conhecimento, a Terra permanece como o único planeta que sustêm Vida no Sistema Solar e no Universo. Com os seus oceanos e a sua atmosfera rica em oxigénio, a Terra é um local extremamente propício à evolução de sistemas biológicos complexos e diversificados.
A Vida extraterrestre dentro do Sistema Solar tem sido sistematicamente procurada, principalmente em Marte, local onde outrora existiram extensos volumes de água e condições atmosféricas favoráveis à formação de processos biológicos. Porém surgem, nesta demanda pela Vida extraterrestre próxima de nós, Titã, Encélado, Ganímedes, Europa e Calisto, todas luas geladas de Júpiter ou Saturno. Este artigo incidirá de forma sintética na lua joviana Europa, uma esfera de gelo e rocha com 3100 km de diâmetro que poderá esconder um oceano interno e enormes possibilidades de Vida no mesmo.

Vista à primeira vista, Europa parece hostil à Vida como a conhecemos. A superfície é apenas gelo e partículas de poeira. Enormes fissuras percorrem toda a lua, talvez testemunhos de dinâmicas geológicas ou oceânicas sob a crosta de gelo. A Vida não parece ter hipóteses de se formar e prosperar à superfície: Sem atmosfera para a proteger, Europa é pesadamente bombardeada por radiação proveniente de Júpiter e do seu colossal campo magnético. Além disso o vácuo do espaço estende-se até à sua superfície. O interesse humano em Europa existe hipoteticamente a uma profundidade calculada de 10 a 30 km. A esta distância da superfície, o gelo deverá terminar e dar lugar a uma massa de H2O com, talvez, uma profundidade de 100 km. Ora, onde existe água talvez, apenas talvez, exista Vida.
Até à relativamente poucos tempo, o conceito de Vida estava profundamente interligado com o conceito de energia solar e tinha a fotossíntese como início incontornável para os processos criadores de ecossistemas complexos na Terra. E este modelo era então aplicado à Astrobiologia de forma a procurar formas de Vida extraterrestres em termos gerais. Mas em 1977, com a descoberta de ecossistemas de profundidade, independentes face ao Sol e alimentados por sulfetos, a forma de ver a Vida alterou-se e tornou-se possível inscrevê-la talvez, apenas talvez, dentro dos oceanos profundos e escuros de Europa.
A actividade geológica da lua joviana possibilitaria processos semelhantes às Fontes Hidrotermais terrestres. E essas fontes possibilitariam a Vida baseada, na ausência de Sol, em processos quimiossintéticos. Largas comunidades de bactérias poderiam existir junto de fugas geológicas no fundo deste super oceano e a centelha da Vida poderia, se estimulada correctamente, surgir num desses contextos e evoluir de forma a criar formas de Vida complexas. Pergunto-me como seriam estes seres... Seriam, se evoluídos o suficiente (dados alguns milhões de anos), parecidos a seres gelatinosos e extensos, como medusas, possivelmente bioluminescentes ou completamente cegos e capazes de sentir a mínima alteração de pressão, o mínimo movimento na água ou a mínima anomalia electromagnética. A cosmovidência destes seres seria muito diferente da nossa, terrestre. Num mundo sem luz e numa extensão de água enorme e sem, em grande parte, fundo, paredes ou tecto, a Vida teria de se adaptar a condições bastante diferentes das nossas, porém semelhantes em parte às existentes a grandes profundidades na Terra. Poderá ainda haver Vida próxima da superfície de gelo, vivendo junto das grandes fendas, e que poderá ter alguma relação com o Sol ou a radiação de Júpiter. Europa pode estar repleta de Vida, talvez até complexa. Ou não...

O quão importante é Europa para nós Humanos? Europa constitui a melhor possibilidade de encontrar Vida fora da Terra e dentro do nosso sistema estelar. Encontrar Vida exógena à Terra seria algo revolucionário (não que não seja esperado como algo inevitável pelos mais racionais). Além de provar que não estamos sozinhos no vasto Universo, isso provaria que a Vida pode ocorrer pelo menos duas vezes dentro do mesmo sistema. Logo esta deverá ser largamente comum por todo o Cosmos conhecido. E esta alteração magnífica e radical na nossa cosmovidência está à distância de enviar para Júpiter uma sonda que alune em Europa e que perfure o gelo para ver o que espreita (teoricamente literalmente) por baixo. Alguns programas de exploração às luas geladas de Júpiter, como é o caso da JIMO (Jupiter Icy Moons Orbiter), foram cancelados ou apenas gizados por alto. Europa urge por uma exploração eficaz e que traga respostas rápidas sobre a Vida fora da Terra.
Questiono-me sobre a reacção de um ser europano, que nunca viu algo além do gelo, que está enclausurado desde o seu início naquele oceano escuro sem alguma vez ter visto Júpiter a pairar por cima, ou o Sol, ou as estrelas, ao encontrar-se com uma sonda exploratória vinda da Terra, em paz.

domingo, 17 de julho de 2011

Ὠκεανὸς - A outra Vida


Diz-se que a Humanidade conhece melhor a superfície da Lua que o fundo dos oceanos da Terra. Parece verdade. Porém acho mais apropriado comparar o fundo oceânico à superfície de Vénus, diga-se, numa dinâmica de dificuldade de apreensão de conhecimento. Assim como a superfície venusiana, o fundo do mar esconde-se de baixo de uma cobertura de matéria (neste caso água) que existe a enormes pressões e a temperaturas inapropriadas para a vida humana. A exploração do Benthos, do fundo dos oceanos terrestres, é uma tarefa perigosa.

A Vida na Terra desenvolve-se a partir de processos de transformação de matéria ou energia em massa biológica, isso parece definir a Vida. As plantas prosperam transformando a energia solar num catalisador para os processos químicos que sintetizam matéria em alimento para si. Outros tipos de seres vivos consomem as plantas de forma a conseguir alimento e outros seres vivos consomem os primeiros de forma a conseguir por sua vez a sua alimentação. O Sol surge então como o principal e primeiro factor de sustentabilidade biológica para os diferentes ecossistemas. Porém, na ausência de luz solar do fundo oceânico, surgiram-nos ecossistemas complexos potenciados não por processos de fotossíntese, mas por quimiossíntese.
Junto a Fontes Hidrotermais subaquáticas, a enormes profundidades, foram descobertas colónias de bactérias que se alimentavam a partir de compostos de enxofre e que serviam (como as plantas na superfície terrestre) de base para todo um ecossistema. Vermes tubulares surgem junto a estas comunidades bacterianas e alimentam-se das mesmas, assim como uma enorme variedade de espécies animais o fazem, constituindo assim uma teia de dependências biológicas. E o quão importante é esta descoberta? É imensamente importante para a compreensão de como a Vida se adapta ao Meio de forma a conseguir a manutenção da sua existência. Pela primeira vez descobrimos nichos biológicos complexos e independentes da energia solar no nosso planeta.
As Fontes Hidrotermais são pontos de florescimento biológico, oásis de vida, no vasto e hostil fundo dos oceanos. Em total escuridão e sob pressões violentíssimas, a Vida parece ter conseguido ancorar-se e prosperar e isso é surpreendente. Os seres vivos ocupam determinada fonte durante o seu período de actividade e vão explorando-a de forma a conseguir formar uma cadeia alimentar baseada na emissão de sulfetos.
Outro espectacular fenómeno de Vida, revelador do potencial biológico do fundo marinho, são os biomas constituídos pelas Fontes Frias,como é o caso das Salmouras, e que revelam outro ecossistema exótico baseado em quimiossíntese. Estes locais são formados por fugas de fluídos ricos em hidrocarbonetos que ocorrem no fundo marítimo, fugas essas que algumas vezes culminam na formação de lagos subaquáticos. Esses lagos são possíveis graças a enormes concentrações matéricas num lençol de água que ocupa uma determinada zona do fundo oceânico e que se distingue da restante água marítima por ser mais densa. Forma-se assim uma segunda superfície dentro do Oceano. Nas margens desses lagos conglomeram-se enormes quantidades de massa biológica, principalmente mexilhão. Todo um ecossistema surge ali, alimentado, também, por bactérias quimiossintéticas.

A exploração destes mundos que existem a profundidades colossais parece ser imensamente importante para a compreensão do planeta Terra e da Vida. Como módulos espaciais que atingem a superfície de outros planetas, os submersíveis atingem o fundo do Oceano para aumentar a cosmovidência humana, trazendo a cada mergulho dados novos e olhares diferentes sobre a existência na Terra.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ὠκεανὸς - Abismo


Existe na Terra um espaço que desafia a nossa concepção tradicional de existência no nosso planeta. Esse espaço é o Mar Profundo e dá-se entre a partir dos 1000 metros de profundidade em todos os Oceanos da Terra.
É difícil compreender o quão alienígena pode ser esta região do planeta e quão estranha, porém imensamente criativa, se pode tornar a evolução dos ecossistemas existentes a tais profundidades. Para se conceptualizar melhor este meio basta entender que a luz solar não consegue penetrar a água a partir dos 1000 metros, de forma significativa, as temperaturas rondam os 4º Celsius e a pressão ascende até aos 11000 psi. Parece até surpreendente que a vida se tenha desenvolvido nestas condições (e até em profundidades superiores, como veremos num dos próximos artigos).

Este ambiente terrestre é algo extremamente exótico para a minha forma de ver a Terra e os seus habitantes. Nesta profundidade média, entre os 1000 e os 6000 metros, dependendo da profundidade do oceano (podendo ser ainda mais profundo), não existem paredes laterais, não existe um fundo ou um tecto. Nesta escuridão total, sob imensas pressões, a forma natural de se existir num planeta parece cessar e surge uma realidade diferente. Parece que as criaturas que habitam este abismo se movem no Espaço, sem se moverem em relação algo estacionário que possam identificar. Os seres vivos movem-se para X, Y e Z coordenadas com apenas a gravidade a indicar-lhes a direcção de baixo e cima. É algo estranhíssimo. Os animais que se adaptaram à vida nesta profundidade passaram a viver num mundo que lhes propícia poucos estímulos exteriores. Não existe luz visível emitida pelo Sol nem superfícies geológicas para a reflectir. É um mundo cego, em parte.
Porém nesta abstinência de luz exterior surgiram curiosas formas de comunicação visual. De forma algo simbiótica, conglomerados de bactérias bioluminescentes vivem dentro do corpo de grande parte dos seres vivos que habitam estas águas, principalmente nas zonas mais superficiais desta zona escura. A bioluminescência prospera neste ambiente negro e assume-se como uma das principais formas de interacção entre indivíduos. Pensa-se até que, devido à extensão do oceano e deste locais escuros, e logo à quantidade de animais que neles vivem, a bioluminescência constituí a mais importante forma de comunicação visual. Recorrendo a interessantíssimas exibições de luz, os animais interagem com o meio circundante caçando, evadindo ou reproduzindo-se auxiliados pelas mesmas.
Este ecossistema de profundidade não recebe luz, logo não existem plantas no mesmo, logo não existe produção primária de energia biológica. Os seres deste mesmo ecossistema vivem baseados, em parte, por matéria orgânica que cai das zonas menos profundas do Oceano. Existem predadores a esta profundidade. Mas ainda assim os peixes que vivem aqui são pouco desenvolvidos muscularmente pois não têm de lidar com predadores que os caçam activamente com a visão. Muitos predadores pescam as suas presas, atraindo-as para as suas bocas de enormes dentes afiados com engodos de luz que captam a curiosidade de outros seres. Há ainda animais que usam a bioluminescência para iluminar um estreito espaço à sua frente de forma a conseguirem capturar outros animais. Predadores e Presas piscam pela vasta extensão destes abismos e é nestes momentos em que emitem luz que se dão as relações biológicas, em termos gerais, que sustentam este exótico e extraordinário ecossistema.

A exploração deste mundo subaquático urge. Em cada mergulho de profundidade em submergíveis se encontram coisas novas e estimulantes e uma enorme quantidade de informação sobre a Terra e sobre a Vida flutua também às escuras naquelas profundas águas. Esta profundidade média dos Oceanos embora não contenha uma significativa quantidade de biologia por quilometro quadrado, em comparação com ambientes menos profundos ou terrestres, contêm uma enorme quantidade de informação sobre as soluções que a Vida formula para se adaptar a X espaço. É um local tão fascinante quanto perigoso para a exploração mas deve ser explorado de forma sistemática e curiosa nos próximos anos, na busca de trazer mais luz a este mundo escuro e misterioso.

domingo, 10 de julho de 2011

Ὠκεανὸς


Durante este mês de Julho, o Samarra Hills publicará uma série de olhares sobre o conceito de Oceano e sobre a vida que nele toma forma. A série Ὠκεανὸς (Oceano) procurará tratar alguns factos e questões sobre os oceanos conhecidos, explorando a temática sub-aquática de forma simples e sintética, porém curiosa e(esperamos xD) interessante. Fiquem connosco nesta pequena Odisseia marítima.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Foto-Exposição: Azenhas do Mar


As Azenhas do Mar ( 38°50'26.12"N - 9°27'43.22"W) são, de facto, um sítio fascinante. Mas o que nos causa fascínio nesta povoação rural edificada junto ao Atlântico? A meu ver, é o facto de esta ser a loucura/coragem de uma comunidade materializada no aglomerado populacional por si edificado numa falésia.
A povoação das Azenhas do Mar dá-se numa escarpa sobranceira à boca da Ribeira de Cameijo. Os seus habitante parecem ter-se dedicado, como o nome da aldeia indica, à exploração industrial dessa mesma ribeira a partir de azenhas. A industria da moagem terá sido essencial para a consolidação de um povoado naquele local, talvez durante a Idade Média. A pesca não parece ter sido algo praticado, pelo menos em escala significativa, naquela povoação. A praia das Azenhas do Mar surge com areal apenas durante a maré baixa e não permite, neste momento pelo menos, o estacionamento de embarcações pesqueiras de pequeno porte. Porém a sua preia-mar poderá ter possibilitado a recolha de marisco para consumo.
Esta aldeia existe também ligada à produção vinícola. Nos campos circundantes cultivava-se a uva "Ramisco", uma casta originária de Colares.
A história das Azenhas é algo pouco desenvolvido do ponto de vista arqueológico, como de resto o é em relação a grande parte da Parte Marítima da Península de Lisboa. Em relação à arquitectura, as Azenhas do Mar contém uma mistura interessante de arquitectura típica saloia, com casas baixas construídas em pedra e caiadas (algumas reestruturadas ao longo dos tempos), e de arquitectura ao estilo Português Suave, testemunhos do período no qual as Azenhas passaram a constituir um centro turístico, repletas de interessantes painéis de azulejo.
Mas mais importante que a arquitectura, numa busca de definir o mais fascinante na aldeia marítima, é a articulação audaz que ocorre entre a povoação e a encosta na qual ela assenta. Os telhados das casas sobrepõem-se e muitos estão à altura dos pátios de outras. Há um rendilhado de caminhos e serventias desde o topo da falésia até aos jardins junto à ribeira e a aldeia parece ter sido edificada de forma bastante inteligente e dinâmica.
Outro espectacular pormenor são as muralhas construídas como paramento da falésia, de forma a evitar colapsos perigosos para a povoação. Não consigo datar estas construções, provavelmente graduais na sua feitura. Mas são de algum engenho e têm um enorme valor prático e estético, embora passem despercebidas aos olhares mais turísticos.
A baixo deixo-vos com a Foto-Exposição propriamente dita:




Vista geral da zona antiga da povoação.




A Ribeira de Cameijo desce em pequenas quedas de água ao longo dos jardins da aldeia.




Vista dos jardins.




No local da praia foi edificada uma piscina oceânica e uma promenade, algo fustigadas pelo Atlântico.




Pormenor da parede de sustentação da falésia.




Vista da articulação dos telhados na falésia.




Pátio relvado sobre o Atlântico.




Casa de arquitectura simples e rural pendurada sobre a falésia.




Piscina de água doce e azenha junto à foz da ribeira.



Fotos por Paulo Cruz

segunda-feira, 4 de julho de 2011

The End of a Journey...



...Is the beginning of yet another one.