SAMARRA HILLS

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Δημοκρατία


Papandreou, primeiro ministro grego, decidiu referendar as novas medidas económicas da União Europeia que visam corrigir a divida grega. Esta notícia abalou a U.E. e os seus estados cimeiros, principalmente a França e a Alemanha cujos governos se parecem assumir algo ofendidos com a atitude dos helénicos. Como se atrevem os miseráveis mediterrânicos a erguer-se contra as nossas vontades?

Eu sou há muito tempo um apologista da Europa como projecto humano, acredito bastante na União Europeia e em tudo o que isso pode constituir de proveitoso para nós, europeus. Porém não concordo com a ideologia ultra capitalista adoptada pelos órgãos de decisão europeus, nem acredito na hegemonização de X estados soberanos em detrimento dos outros dentro de um espaço comunitário que se quer homogeneizado e algo igualitário em termos de direitos e deveres.

A Grécia, assim como Portugal (mas de forma mais grave), cometeu erros económico-sociais fulcrais durante as últimas décadas e entrou numa situação complicada. Nisso compreendo a sua responsabilidade neste processo. Porém a ajuda que virá da Europa poderá ser a destruição daquela sociedade. Parece-me ser impossível pagar a divida nestas condições e ainda assim a população grega continua a ser cada vez mais cercada por uma situação financeira insustentável. E estas decisões terríveis para os cidadãos helénicos despoletaram uma compreensível elevada contestação social.

Papandreou, contra a força da União Europeia, decide então dar ao povo soberano grego a oportunidade de decidir o futuro da sua sociedade. E parece-me completamente racional. Como é possível uma República Democrática soberana suportar tais condições de miséria sem decidir de forma apropriadamente democrática o rumo que tomará? É justo um executivo governamental decidir ainda mais austeridade sem consultar a vontade de todos?

O povo poderá decidir o destino da Grécia na União Europeia e nada parece mais correcto numa Democracia.

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