SAMARRA HILLS

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domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril de '74: Visão Lógica e Simples


Na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, Militares do Exército iniciam manobras subversivas, principalmente a partir da Escola Prática de Cavalaria de Santarém e de outros pontos do país, como Estremoz, Figueira da Foz, Lamego, Lisboa, Mafra, Tomar, Vendas Novas, Viseu, e dirigem um largo contingente para Lisboa a fim de tomar o Quartel-General da Região Militar de Lisboa, o Terreiro do Paço e os Ministérios, cercar o Quartel do Carmo e capturar Marcello Caetano, capitulando assim o Governo do Estado-Novo Português. O povo, bastante ofendido com a Guerra Colonial e com décadas sucessivas de políticas opressivas (este aspecto não terá afectado severamente todos os portugueses, claramente), juntou-se à marcha militar e rompeu com a ditadura gritando liberdade. Nos meses seguintes veio a instalar-se o PREC, momento que não discutirei nesta abordagem.

Primeira Ideia: A Revolução dos Cravos não terá sido de facto uma Revolução mas sim um Golpe de Estado Militar perpretado pelas Forças Portuguesas exaustas da Guerra Ultramarina. Uma Revolução pressupõe uma viragem muito abrangente dos fundamentos da sociedade (exemplo é a Revolução Francesa que termina de vez com a Monarquia Religiosa Aristocrata e que a substitui por uma Res Publica "Equalitária"). No caso do 25 de Abril, no fundo, as coisas continuaram estruturalmente, a nível social e cultural, quase iguais. O Estado caiu e a censura e a perseguição política também, mas isso tratou-se de uma consequência do Golpe Militar.

Segunda Ideia: O 25 de Abril de '74 foi algo feito pelos militares, algo que parte da esfera armada e depois é aproveitada (e bem) pelo povo português. é um Golpe de Estado com um objectivo primário bastante claro: Terminar a Guerra, terminando o Estado-Novo e terminando com estado de estagnação cultural e social ao qual Portugal esteve submetido. Claramente, no seio do MFA, existia um grande numero de apoiantes de ideologias de Esquerda Marxista e essa ideologia, conjuntamente com a ideologia social democratizante e comunista de muita da resistência social portuguesa da década de 70', guia o Golpe de Estado para algo muito esquerdista e que se passaria a assumir como algo mais que um golpe pelo fim da guerra. O Povo e a "Resistência" aproveitaram este Golpe Militar, não que isso seja errado, simplesmente seria melhor se todos nós percebêssemos que esta "Revolução" foi criada por militares num intuito que mais tarde aumenta para algo mais generalizado e libertador, mais ideologicamente apetecível, mas na sua génese, este momento fundamental da História Portuguesa é uma resposta à saturação da situação colonial portuguesa e ao descontentamento no seio das Forças Armadas Portuguesas.

Terceira Ideia: de pouco terá servido uma revolução a nível socio-cultural, e já não falando a nível político-militar, se, passados 36 anos, tantos atentados à Democracia são cometidos, tanta ignorância face ao 25' e face à Res Publica e à Democratia persiste na população portuguesa, tanta indiferença há face aos ideais cívicos que tão corajosamente foram defendidos naquela manha de 25 de Abril de '74...

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