SAMARRA HILLS

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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Exploremos


A beleza natural de uma paisagem tem a potencialidade de causar, por si só, em nós, humanos, uma experiência estética, uma sensação de prazer. Mas o interessante, creio, é entramos nessa mesma paisagem, conferir-lhe tridimensionalidade explorando-a e sentindo-a em proximidade.

Acho que nos falta, talvez cada vez mais, o contacto com o Meio, com aquilo que nos rodeia e ao qual pertencemos. Talvez nos limitemos demasiado a observar de forma fugaz e distante uma imagem, uma paisagem, sem sentir aquele ímpeto importantíssimo de avançar e conhecer aquilo que existe além do que observamos do nosso ponto de vista (seguro), sem sentir curiosidade. Esta é uma atitude algo irracional, que parece geral e transversal ao comportamento humano, essa aceitação do pouco, essa falta de vontade de conhecer (sentir) além do que se conhece (sente) previamente. Mas neste caso causa um afastamento entre nós, animais, e o planeta que habitamos.

Parece-me extremamente estimulante explorar o que me rodeia de forma aprofundada, embrenhar-me numa floresta ou descer uma escarpa íngreme para atingir alguma praia remota, experienciar o Cosmos de forma bastante activa e próxima. O facto de nos enchermos de sal ao mergulharmos no Atlântico, sentirmos os cheiros de um pinhal ou de nos ferirmos ligeiramente ao subir alguma falésia é algo gratificante. É algo surgido da interacção com o Meio real, algo surgido de um género de vida quase simbiótico, de enorme paixão e compreensão pela Natureza e pelas suas formas, de curiosidade pelas mesmas.

A procura de sensações é importantíssima na definição da natureza humana. Eu acho genial poder encontrar sensações diferentes e estimulantíssimas em lugares diversos, acho genial o processo de procura dessas mesmas sensações. Acho genial, por fim, que o meu cérebro provoque esse impulso de descoberta em mim e que eu não o negue.

Exploremos.

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