SAMARRA HILLS

Conceptualize

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Homem Livre


Quem és tu, Homem livre?
Que existes em glória
Que combateste em Maratona e na Normandia
Que perduras na memória
por cortar a cabeça à tirania...

Quem és tu, Homem livre?
Que sabes quem és
Que tens o caminho da liberdade a teus pés
Que amparas os teus amigos
e perdoas os teus inimigos

Quem és tu, Homem livre?
Que trazes coragem ao sujeito
Que trazes luz ao dissidente
Que não reconheces alguma condição humana
Se não a condição de viver livremente.

Contra ti, Homem livre
prisão alguma pode ser edificada,
opinião alguma pode ser censurada.
Nenhum Homem que seja livre na sua mente
pode ser amarrado realmente
Não há grilhetas que prendam
um Homem que se conheça.
Nem palavras que o calem
e façam que a sua liberdade se desvaneça.

Nem um punho, nem um bastão,
Nem uma arma, nem a morte
Podem coagir um Homem forte.
Um Homem que traga a liberdade no coração...

Onde estás tu, Homem livre?
(Dentro de cada um de nós)

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Mundo à noite


O Mundo à noite
é frio e escuro
e nele todas as luzes convencionais se apagam
e segue-se o silêncio...

À noite, no Mundo,
No céu negro surgem luzes
pálidos testemunhos de que não estamos sozinhos
e apaga-se o medo...

Quando o Sol se põe, no Mundo,
a luminosidade desce,
e surgem contrastes e jogos de luz e sombra
e surge o fascínio...

Há algo difícil de explicar à noite,
quando os Homens se recolhem e a Natureza se liberta.
Ao atravessar alguma paisagem nocturna, a minha curiosidade desperta.
A cor branca da coruja só é visível à luz da Lua
e só na desconcertante penumbra os pirilampos exibem a sua luz crua.
Ali longe das luzes da cidade,
o céu atinge a sua veracidade.
Ali, longe da Humanidade,
procuro, à Luz das estrelas, a racionalidade.

Como os mil milhões de estrelas que aparecem no céu,
como aquela praia esparsamente iluminada pela Lua,
ou como aquelas ondas escuras que se quebram em brilhante espuma
naquela costa que já não reflecte luz alguma.
Como aqueles clarões que incendeiam o horizonte do mar,
clarões de uma tempestade que não afecta
a perfeição daquilo que me rodeia e não vejo,
daquilo que não vejo mas sinto, sentado no chão desta praia,
à noite, neste Mundo

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Simbiose


Quando, num dia de Inverno,
me perco junto ao mar...
Encontro-me
E quando, num dia de Inverno,
pelos campos verdes me deixo vaguear...
Percebo-me

Quando, numa tarde de chuva,
Num bosque busco abrigo...
Conforto-me
Quando, numa tarde cinzenta,
de tons cinza me preencho...
Alegro-me

A minha existência apenas está completa entre o Cosmos real,
Sou apenas feliz entre aquelas ondas e aquelas rochas,
Sorrio somente quando estou envolto em sargaços e espuma,
quando caminho cheio de areia e terra nos meus sapatos.

Não temo os elementos, temo não tê-los.
Temo não poder percorrer a beira mar, não poder correr sobre a relva molhada ou subir, em custo, alguma falésia.
Morro se me apartarem da violenta rebentação do mar
da glória rubra de um Sol poente
Sangraria até à morte se me prendessem onde não chegasse
a brisa fresca da Ericeira azul,
ou da Samarra prateada.

Quando, naquela noite fria
me deitei de costas para a Terra
Questionei-me
Quando, naquela noite gélida
as alvas estrelas avistei
Compreendi-me

Apenas existo quando existo em Simbiose...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Racionalidade como definidora do Certo e do Errado

O Certo e o Errado (ou Bem e Mal, como outros os denominam) são vistos como atributos que aparecem associados a uma ideia ou acção final, de modo pré-definido. Eu, por outro lado, defendo que estes são resultados de um encadeamento lógico de ideias (no caso do Certo) ou da falha na sequência lógica com que se estabelece um raciocínio (no caso do Errado).

Estabeleço a lógica/Razão como definidora do Certo do seguinte modo: imaginem uma acção, como roubar. Rapidamente a verão como algo errado, mas defendo que essa conotação deve ser atribuída por análise e identificação do erro logístico que levou a tal atitude, e não por pré-definição. Roubar nunca seria uma coisa boa, mas isso porque os motivos que tomam parte na decisão de praticar o roubo foram mal interpretados e as consequências não foram pensadas de todo, o que levou a uma atitude errada. Os mesmos motivos, bem interpretados e racionalizados, e a ponderação das consequências do acto levariam a uma solução correcta e justa. Sucintamente, roubar é errado porque minimiza o Outro (temática a abordar num próximo artigo).

Para um pensamento ser Correcto, o seu encadeamento deve ser completamente racional, não conter interpretações subjectivas dos factos que o formam; quando nesse processo se encontrar uma quebra de clarividência, uma intromissão de aspectos interpretados subjectivamente, dar-se-á uma ruptura com a Razão, e o produto culminará em Erro.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Humildade face ao Desconhecimento

"-Não conheço, não, desculpa...
-Não conheces?? Como é que não conheces, toda a gente conhece!!"

Não são poucas as vezes que oiço este diálogo, seja comigo ou seja com outros, e de todas as vezes pergunto-me o mesmo: de que serve este tipo de atitude para com aquele que desconhece? De que modo é construtiva ou sequer necessária uma resposta assim, feroz e humilhante?
Para além da procura que deve fazer o indivíduo, há algo igualmente relevante, talvez até mais, no que diz respeito à obtenção de conhecimento/cultura: a oportunidade. Imagine-se um rapaz que nasce e cresce num ambiente agrícola, ou pesqueiro, de baixos recursos e privado de algumas regalias ou excentricidades; imagine-se outro rapaz que vive no seio de uma família mais abastada, ou simplesmente com recursos a mais profundas fontes de conhecimento; imagine-se que os dois rapazes acabavam por se encontrar na mesma escola, e dialogam. Crêem que ambos terão a mesma cultura/conhecimento, ou tiveram sequer as mesmas possibilidades para a/o desenvolver? Muito provavelmente o rapaz com mais privações não saberá muito ou nada sobre música ou cinema, ou qualquer outra arte, não conhecerá os outros países, nunca deverá ter saído do país, da sua terra.... Sem ter sido culpa do pobre rapaz, que direito tem o rico rapaz culto de se espantar ou gozar ou difamar a ignorância, ou como prefiro chamar-lhe, o desconhecimento do outro? Este exemplo é exagerado, mas com o propósito de tornar mais evidente o que acontece entre muitas pessoas, de forma mais discreta ou sobre um assunto menos interessante.
Não é uma atitude correcta, enxargar o desconhecedor, não é de modo algum construtiva. Se alguém fala sobre algo que o outro não conhece, não há porque troçar, antes pelo contrário, humildemente deve ensiná-lo, dar-lhe Conhecimento. Para mais, o conhecimento que um possui deve provavelmente tê-lo obtivo através de alguém também; apesar de um saber "que filme ganhou tal óscar", decerto não saberá "cultivar ou pescar", como o outro indivíduo.

O indivíduo deve desenvolver a Humildade, esse sentimento puro e digno, ensinar o ignorante, construí-lo, DEVE TORNAR-SE A SUA "OPORTUNIDADE", em vez de o inferiorizar; o conhecimento é adquirido por experiência e interacção, e podemos ser cada um de nós a ferramenta do Outro para o conhecimento. Quanto mais conhecedores, melhores pensadores, e quanto melhores pensadores, melhor o Mundo e o Cosmos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Epopeia sonora

Finnisterra Europea


Foto por Tiago Curado
Edição por Paulo da Cruz

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Samarra Hills - Universal

http://samarrahills-universal.blogspot.com/

Com a descoberta de que o "Samarra Hills" é consultado noutros pontos do globo, achámos meritório e necessário expandi-lo e torná-lo perceptível para todos. Aqui está o link para o "Samarra Hills-Universal (english version)".

With the discovery that "Samarra Hills" is consulted in other spots of the world, we found it worthwhile and necessary to expand it and make it perceptible for all . Here is the link for the "Samarra Hills-Universal (english version).

domingo, 3 de outubro de 2010

Rationality expects that every Man will do his duty!


Muitos se questionam sobre as causas da presente crise, tanto social como económica, e muitas teorias são apresentadas. Apontam-se bastantes problemas particularistas que, de facto, representam parte significativa do geral. Porém creio que as análises feitas, no geral, não abordam as causas principais do que se passa no século XXI por todo o Mundo.
A meu ver o principal problema existente nas sociedades contemporâneas é a irracionalidade do Ser Humano, a inconsciência e ignorância face ao Meio que o rodeia, e a incapacidade de ele agir de forma lógica e equilibrada face a esse mesmo Meio. Por exemplo, não existiria corrupção se cada um de nós compreendesse o significado de dever social, se compreendêssemos todos a importância das nossas acções numa escala maior.
Creio que Portugal, exemplo apropriadíssimo para esta teorização, poderia funcionar bem se os seus habitantes fossem mais racionais e se esforçassem para que a sua Res Publica funcionasse de facto. Muitos apontam as culpas da presente crise portuguesa aos políticos (também têm a sua cota de culpa), muitos apontam aos grandes grupos económicos (têm muita culpa de facto), mas, na minha visão social, o grande culpado do que se passa em Portugal é o Português. O culpado desta crise é a funcionária da repartição pública que demora no atendimento do cliente, é o professor universitário que se descuida na forma como lecciona, é o político que vira as costas aos seus ideais em troca de regalias e apoios financeiros, é o patrão que mantêm empregados a recibos verdes e a salários mínimos para conseguir manter o seu Audi A8 na garagem, é o cidadão que apresenta o salário mínimo quando ganha, de facto, o dobro ou o triplo do mesmo, é a pessoa que não nutre uma opinião política, é aquele que interrompe as férias para assistir a um jogo do Benfica mas que não o faria para votar democraticamente. O culpado é também aquele aluno universitário, a elite intelectual do país, que ignora a presente situação em troca das praxes... O culpado sou eu, és tu, somos todos, porque a Res Publica Portuguesa é um estado orgânico, funciona democraticamente em principio e isso confere-nos grande culpa.
A ideia básica que me resulta racional é a de que, se cada um de nós fizer aquilo que é mais racional e benéfico para o Tudo, o Tudo prosperará e se o geral prospera a maioria do particular também.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Carl Sagan sobre o Cosmos


"Esta é a primeira vez em que temos o poder de decidir o destino do nosso planeta e o nosso. Este é um tempo de grande perigo... Mas a nossa espécie é jovem e curiosa, corajosa, representa uma grande promessa. Nos últimos milénios fizemos as mais impressionantes e inesperadas descobertas sobre o Cosmos e sobre o nosso lugar Nele. Eu acredito profundamente que a nossa sobrevivência depende de como entendemos este Cosmos, no qual flutuamos como um grão de poeira sobre o céu matinal..."

War no more!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Questão...


Se é um dado adquirido pela racionalidade humana que todos os Homens nascem iguais em direitos e deveres e devem morrer iguais, sendo que nem escolha política ou religiosa, sexualidade, posição económico-social, nível de ensino, sexo, ou idade, podem ser argumentos discriminatórios...
Se um ser humano não deve subjugar outro à sua vontade de forma indigna...
Se usar um objecto de superiorização sobre os demais Homens na rua é algo considerado errado...
Se o facto de um Homem humilhar outro é algo irracional e ofensivo...
Se o criar de uma plataforma de coação social à aceitação de uma Tradição é algo que destrói a Democracia e o Livre-Arbítrio...

Porque é que existe a Tradição Académica?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Samarra 10/11


Após alguns meses de paragem na emissão e actividade no SH, retomamos hoje, dia 07 de Setembro, a utilização desta plataforma interactiva em nome da ciência, da arte e do pensamento.

sábado, 31 de julho de 2010

Vita Completa

É preciso se conhecer, para se saber.
Saber, para se pensar.
Pensar, para questionar.
Questionar, para procurar.
Procurar, para relacionar.
Relacionar, para responder.
Responder, para descobrir.
Descobrir, para confrontar.
Confrontar, para escolher.
Escolher, para mudar.
Mudar, para melhorar.
Melhorar, para ser Maior.
Ser Maior, para ser feliz.

Ser feliz, para ser completo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Choice

Neste período em que pausei da escrita neste blog, acabei por pensar um bocado sobre o nosso (da humanidade) propósito, melhor, não mesmo o nosso, não, mas antes o propósito de todo este conhecimento e saber, que aqui no blog defendemos como procura constante na vida. Digamos, o derradeiro "boss" da demanda por conhecimento e saber.
Mesmo que façamos toda uma vida de procura de conhecimento, e consequentemente de saber, todo esse complô de informação, só por si (como que obtida e deixada na prateleira, qual troféu) não tem absolutamente utilidade nenhuma, bem vistas as coisas. A informação que extraímos da ànalise do que nos rodeia, o saber que obtemos do conhecimento das coisas do Cosmos, têm como finalidade uma coisa: fundamentar as nossas escolhas, e estas, para serem as mais acertadas, precisam definitivamente dum vasto entender do Cosmos. Sempre que tomamos uma decisão devemos ter (e temos) presente objectivos, temos uma razão para escolher A e não B nem C nem D. É a única utilização que podemos dar ao que descobrimos à nossa volta, e é sem dúvida digna e importantíssima. É como um pensamento ou uma teoria que desenvolvamos: até ser posta em prática, é-nos completamente inútil, pois não se materializa, não toma parte/espaço no Cosmos; o conhecimento e o saber que adoptamos só ganha algum valor e utilidade a partir do momento em que é utilizado para estruturar as escolhas que diariamente nos são impostas.
A questão é que muitas escolhas são feitas erradamente, sem grande pensar no produto negativo de tal opção, e isso consequência duma fraca base de conhecimento, de saber.
O que pretendo transmitir deste artigo é uma explicação e também uma repetição do que foi exposto num artigo prévio: a procura incessante de conhecimento, de saber do que nos rodeia, daquilo que é matéria de influência directa e indirecta nas nossas escolhas, relacionar tudo com tudo, questionar e encontrar a resposta, tudo isto para ser possível tomar a melhor decisão, uma decisão que vá de encontro à tentativa de maior benefício global.

domingo, 18 de julho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Conhecimento: O primeiro passo


O primeiro passo para a Racionalidade é o Conhecimento. Para conseguirmos atingir a Verdade e nos alinharmos com Ela primeiro temos de A Conhecer. E para conhecermos basta existirmos de forma consciente e cognisciente. Pois o Conhecimento é o conjunto das premissas que em equação formam uma conclusão racional ou não.
O Conhecimento é a consciência cerebral de X ser vivo do que o rodeia, do Cosmos. É a transformação de um padrão de estímulos sensoriais em informação eléctrica no nosso cérebro, são construções de informação armazenadas na nossa memória consciente e sub-consciente que são consultadas quando pensamos. Então o Conhecimento é o registo da nossa percepção cósmica apartir do qual nós realizamos equações lógicas para encontrarmos conclusões/respostas. E apartir dessas conclusões/respostas agimos fisicamente no Cosmos. Então posso argumentar racionalmente que a Razão aparece com o Conhecimento. É conhecendo o Cosmos nas suas mais variadas partes que posso agir de forma racional (de encontro à prosperidade cósmica). Posso alinhar-me com aquilo que compreendo e conheço. Então é fundamental conhecer o que me rodeia para melhor viver nesse meio.
A procura de mais e mais Conhecimento é então fundamental! Devemos então nunca cessar de procurar mais e mais informação para armazenar! Devemos procurar até onde nos for possível, conhecer e compreender o Cosmos, aquilo que nos envolve, aquilo que existe. E embora nos desencorajem a pensar e a conhecer, não deixemos de agir com curiosidade. E mais importante, transmitamos a curiosidade a todos, principalmente às crianças! E mesmo que nos digam que o Conhecimento é secundário, persiga-mo-lo sem cessar até às nossas mortes!
Conhecendo mais vivemos mais racionalmente. Comparativamente, podemos dizer que não conhecer é como estar num quarto às escuras, que não querer conhecer mais é não procurar o interruptor da luz, que aceitar a nossa ignorância e viver alinhado com a mesma é tremer de medo e deixar-se ficar encostado a um móvel, temendo o escuro e as coisas que a nossa imaginação coloca no mesmo...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Crítica à critica sobre as "distracções"


Há algum tempo que leio e oiço algumas críticas menos positivas ao Mundial de Futebol 2010 na Africa do Sul. Dizia-se que este evento traria apenas distracção às "massas", que alhearia os povos dos assuntos importantes de cada nação, principalmente em tempo de crise. Gostaria de responder sucintamente a todas essas ideias em principio erróneas.
O Homem necessita distracções, situações e eventos que Lhe traga prazer e felicidade. Isto é algo racional e facilmente reconhecido por qualquer um de Nós. Porém podemos argumentar que nos distraímos demasiado face a temáticas fundamentais como é o caso da Política. Isto também é real. Mas neste caso estas criticas não se deveriam aplicar, e o evento do Mundial de Futebol, não tanto pelo desporto em sim, mas pela natureza humanista daquilo que envolve o jogo, não deveria ser confundido com algo errado. Este Mundial, ao qual tenho assistido (sem me distrair daquilo que realmente interessa xD), tem sido algo bastante positivo. Inúmeras vezes se referencia o Racismo e a necessidade de terminar com o mesmo, em diversas partes do Mundial. As demonstrações de fairplay entre adeptos e equipas são algo frequente e enormemente benéfico como exemplo. A festa que envolve cada partida ajuda a que as pessoas se unam a festejar, tanto a derrota justa como a vitória. Enfim, são várias manifestações de Humanismo que tornam este tipo de evento massivo muito mais importante que tantas outras distracções menores e prejudiciais à nossa cosmovidência. E este Mundial foi o Mundial de África, da abertura de uma sociedade conturbada a outras sociedades mundiais.
Por outro lado, distrai-se das temáticas relevantes para a Res Humana/Cósmica aquele que não for racional. Se formos Racionais nunca, até ao nosso Fim, deixaremos de estar atentos ao que realmente importa, principalmente à Política, ao Pensamento, à Criação, à Racionalização. Gostaria de ver mais gente a criticar por exemplo a Liga Portuguesa de Futebol, a TVI, os Morangos com Açúcar, os festivais da Sumol, a Tradição Académica, entre outros fenómenos mais prejudiciais às "massas" que este Mundial de Futebol, ou que qualquer outra aglomeração de Homens para algo Bom e Racional.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Imagem


Olhem para esta imagem tirada por um dos mais potentes telescópios terrestres. Neste conjunto de pixeis, neste quadrado de informação digital tosco, está uma das mais poderosas mensagens a que um Ser Humano pode ser submetido.
Vêem-se centenas e centenas de galáxias num pormenor muito pequeno do panorama celeste que obtemos da Terra. Num espaço que ao olho-nu seria negro, aparecem luzes de milhares de galáxias, algumas formas distantes, algumas luzes fracas.
Além dos milhões de estrelas que nos aparecem nas noites claras, milhões de galáxias brilham distantes. Em cada galáxia estima-se que existam cerca de 100 biliões de estrelas! E naquele pequeno foco telescópico, naquele pontinho do céu nocturno, milhares de galáxias, milhares de biliões de estrelas, prefiguram-se distantes e serenas. Esta imagem faz nascer em nós, Humanos, uma questão e uma resposta repentina, uma resposta vertiginosa! Somos pequenos, quase insignificantes, na escala do Universo... Quantas vidas e histórias de seres distantes existirão além, naquelas espirais? Quantos milhões de mundos estarão ali e quantos triliões de seres estarão neste momento numa daquelas galáxias a pensar no mesmo?!
Numa simples imagem podemos descobrir mais sobre quem somos e onde estamos que em muitos anos de estudo sobre filosofia ou ciência em livros ou aulas. Alguns pixeis da realidade chegam para gerar a questão em nós e a sua devastadora e não menos didáctica resposta. O Conhecimento é o primeiro passo para a Racionalidade, questionemos...

sábado, 3 de julho de 2010

Julho Felix


Neste Julho o Samarra Hills renovar-se-á após um mês menos produtivo e menos acertado nas suas publicações. Devido à temporada de exames e avaliações à qual os intervenientes deste blog foram sujeitos e ao período duríssimo de habituação ao período de férias ( xD), o Samarra Hills sofreu, nos conteúdos e na quantidade dos mesmos, uma redução de esforço. Pedimos desculpas e prometemos repor o nosso empenho sobre o blog.
Neste mês a número de artigos ascenderá e voltaremos ao mesmo ambiente de descontracção experimental e de teorização crítica descomprometida, porém metódica e racional, que é a cara deste templo à Filosofia, à Racionalidade e à Criação!

domingo, 27 de junho de 2010


Acorda...
Veste as matérias nobres,
Pega na lâmina simbólica, ergue a bandeira azul
Grita fundo, rasga o mundo.
Não temas a morte, ela que te tema!
baixa a viseira, ocupa posição cimeira,
inclina-te para o alvo, toma a natureza plena.
Abre os olhos, estende os braços!
Prepara o coração e,

Ilumina a Escuridão

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Gravidade Zero


Lanço-me nessa ausência gravítica,
Alcanço-me nessa pureza existencial,
Na vertigem desse vórtice espácio-temporal,
Neste êxtase, nesta paragem cardíaca,
Nego a minha trajectória orbital
E empreendo esta viagem sobrenatural,
Para além da minha mundividência empírica
Além da cosmovidência tradicional,
Além mesmo da malha espacial,
Eu mergulho de forma fatídica,
No Cosmos Real...

sábado, 19 de junho de 2010

Poema da Verdade


Percorre essa costa, passa a mão nesse feno, acaricia as ervas,
Recolhe o que o Sol te dá.
Percorre esse bosque, arranha-te nas suas silvas,
Recolhe o que a Terra te dá!

Lê a poesia das sombras das folhas, dos cheiros das flores,
Colhe os cantos das aves.
Abraça aquela rocha, ama-a com mil amores,
Escuta além os rugidos graves...

Escuta além, são os rugidos do mar!

Por entre os Pinheiros, abnega, deixa-te cair, faz-te deitar...
A cama da Natureza é o teu lar.
Amassa a relva com a tua mão, deixa-te dormir, faz-te ficar...
A relva é tua irmã e é irmã do mar.

Cai ao Mar, deixa-te apanhar! Rasga as ondas com audácia!
O Mar ama os audazes, e tu amas a sua espuma.
Junto à rebentação os teus medos são uma falácia!
Junto à marítima explosão a tua existência e a do Cosmos são uma.

Observa o céu à noite, marca a tua posição no mapa do Espaço e do Tempo,
Lá em cima os astros movem-se à velocidade da luz e são reais...
É a Verdade nas Estrelas que me dá alento...
É a Verdade do Cosmos que me faz não pedir mais!

Depois de percorreres, irmão, de leres, de escutares, de caíres, depois de observares
Morre feliz, pois viveste de Verdade.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Teoria do Caos

Hoje decidi explicar o que entendo por Teoria do Caos, uma das teorias que mais admiro e me fascina e que nos permite perceber até onde vão as nossas capacidades de compreender o Cosmos. Insisto em que este texto aplica-se à noção que o Homem consegue ter do Cosmos, impossibilitado pelo Caos, e não corresponde ao real cósmico.

O "Caos" é visto como o culpado da imprevisibilidade das coisas, mas na realidade só o é para nós. Não significa que o Caos torne o Cosmos algo que vai acontecendo ao acaso, à medida que o tempo passa. Na realidade, essa "desordem" (como a chamamos) não passa de variadíssimas sucessões de causas/consequências que até certo ponto nos são alheias mas que num dado momento se cruzam com as nossas próprias causas/consequências, alterando-as. O Caos é visto como imprevisibilidade porque é uma regra aplicada à incapacidade de análise de todos os factores que possam estar envolvidos na elaboração de um dado acontecimento, ou seja, qualquer coisa que aconteça é afectada/manipulada pela movimentação matérica em todo o restante Cosmos.
Por exemplo: "um choque de ombros na rua". Tal só aconteceu porque uma panóplia de factores o permitiu. Aconteceu porque um deles ia distraído, ia distraído com um pedinte do outro lado da rua, que era pedinte a mulher tinha-lhe roubado o dinheiro todo, porque era gananciosa, e era gananciosa porque os pais dela nunca lhe deram nada em pequena, e nunca lhe deram nada porque nunca a quiseram ter, e isso porque os filhos dão prejuízo, e dão prejuízo porque o país não tem um regime natalista. E aconteceu o choque porque o outro individuo também ia a olhar para o relógio, porque estava atrasado, porque tinha acordado tarde, porque também tinha-se deitado tarde, porque quis acabar de ver o filme... E assim se vê pequenos factores espalhados por todo o Cosmos que contribuiram para que aquele choque de ombros se desse. Pequenos factores que contribuiram significativamente para o acontecimento posterior, tal e qual o aclamado Efeito Borboleta. Um bocado como as pessoas: quando conhecemos alguém novo, ele não surgiu unicamente naquele momento, para nós; tem tal como nós, todo um percurso por detrás, toda uma história.
É com base nesta teoria que defendo que o curso do Cosmos já está traçado, tal como digo que mal uma criança nasce, já toda a sua história está construída, porque na altura do nascimento, todos os factores que a rodeiam vão influenciar o que irá acontecer, e tudo isso será causa de consequências, que serão causas de consequências, que serão causas de consequências. Mas não é por já toda a história estar determinada que deixamos de agir, que pensamos que o desafio de viver se perde; nós continuamos sem conseguir analisar TODAS as movimentações matéricas que nos vão influenciar, e por isso a Surpresa será algo que continuará sempre presente na nossa vida.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pensamento sob as Estrelas


Quando à noite me deito no chão e observo o céu estrelado pergunto-me quantas vidas existirão a orbitar todos aqueles pontos de luz distantes. Pergunto-me quantos estarão nos seus planetas a olhar para os céus, deitados nos seus chãos, questionando-se do mesmo. Pergunto-me quantos seres lá em cima estarão nesse momento a amar outro ser, quantos se questionam abertamente sobre si e sobre o Cosmos como eu aqui na Terra. Questiono-me se sou assim tão importante quando sou apenas parte de um ponto de luz para outras centenas de biliões de pontos. E isso alivia-me, deixo de ser um ser à imagem de Deus, passo a ser imperfeito e mínimo!
À noite, quando me deito no chão e olho para cima, para as Estrelas, deixo de ficar deitado na Terra e fico em pé no Cosmos, e conheço-me...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

"There is a pleasure in the pathless woods;
There is a rapture on the lonely shore;
There is a society, where none intrudes;
By the deep sea, and music in its roar:
I love not man the less, but Nature more..."

Lord Byron

terça-feira, 25 de maio de 2010

Lux



É a luz fria e tremeluzente de uma estrela
Que me lembra quem sou. Lembra-me de onde vim, vim de uma...
Para onde vou, para uma... a minha matéria é emprestada...
É na praia, no seu tapete de pequenos grãos de matéria
Olhando o Céu, olhando fundo no Espaço e no Tempo, que eu,
Eu pequeno grão, sei a minha posição na extensa praia que é o Cosmos

No chão de areia, sob as estrelas, na fina brisa marinha de uma noite de Verão
Sei quem sou. E não sou mais que um grão, sou muito pequeno, e por sabê-lo,
e vivendo bem com isso, sou, naquela praia, muito maior do que alguma vez fui.
Ali, naquele chão, sei que sou chão de algo maior
Reconheço-me, abnego e sou imperador de mim, sou Verdadeiro
Sou Vm com o Cosmos

sábado, 22 de maio de 2010

Physiologoi: Análise breve ao seu lugar na História do Pensamento.


Os Filósofos pré-socráticos foram apelidados de Physiologoi, os teorizadores da Physis (Natureza, Cosmos), e é com este nome que os vou trabalhar. Trazer-vos-ei a imagem destes pensadores da Antiguidade sabendo que estes nomes vos soarão a algo desconhecido se tomaram como verdade absoluta as ideias que vos foram incutidas pelo sistema de ensino ocidental. Eles foram menosprezados e esquecidos pela Filosofia Ocidental e foram colocados como aquilo que vem antes da Filosofia, antes de Sócrates. Isto porque o abstraccionismo e o misticismo venceram e será essa a comparação, entre o Abstraccionismo de Pitágoras e Platão e o Fisicismo dos Physiologoi, que teorizarei de seguida.
Estes filósofos, no sentido correcto do termo, viveram ao longo dos séculos VII, VI e V a.C no mundo grego clássico mas agruparam-se principalmente nas regiões então recentemente colonizadas da Asia Minor e da Península Itálica. Foram os pioneiros do pensamento racional, inauguraram a Ciência como método único na busca da Verdade, apaixonados pelos números, pelos átomos, pelas relações entre objectos... E foi portanto ali, na actual Turquia e no actual Sul de Itália, que apareceram seres humanos como uma capacidade de abstracção esplêndida, com uma sede de respostas ilimitada, com a mente livre de preconceitos na tentativa de compreender o Mundo. Homens como Thales, considerado o primeiro Filósofo, considerado o pai da Ciência, surgem nesse contexto de enorme liberdade de pensamento que foi o século VII a.C. para os helénicos. Os comerciantes e os colonos da costa da Asia Minor experienciaram uma enorme quantidade de influências e pensamentos de culturas que visitavam ou que os visitavam. E é aí que, confrontados com deuses babilónicos e egípcios e gregos, compreenderam que as religiões não apresentavam coerência, que deveria haver outra resposta para conhecer o Cosmos. E é nesta abertura céptica que os Physiologoi nascem pois alguns Homens passam a procurar respostas para o Cosmos tendo em conta o próprio Cosmos. E observado atentamente, o Cosmos, a Natureza, apresentava padrões, apresentava uma ordem, criava uma oportunidade ao Homem de O compreender a partir da compreensão da repetição de fenómenos. É aqui que a Humanidade começa a reconhecer que o Cosmos é passível de ser conhecido e que se se libertassem dos seus pré-conceitos e procurassem conhecer o Cosmos a partir da observação do mesmo, poderiam atingir a Verdade. A Verdade surge do Material, do Facto, do Fenómeno. A Verdade é o Físico, é o observável, é o que existe de facto.

A procura máxima destes teorizadores do Tudo baseou-se em questões como a questão “De onde vem tudo?”, a “De que coisa é tudo feito?”, “Como explicar a pluralidade natural?” ou “Como podemos descrever o mundo matematicamente?” Foram ideologicamente divididos em duas categorias por Diogenes Laërtius: Os Iónios, encabeçados por Anaximandros de Miletos; E os Italiotas, encabeçados por Pythagoras de Samos. Mas é a primeira, a Escola Filosófica da Iónia que irá seguir de forma mais coerente a busca da Verdade Cientifica.

Pythagoras será um pensador perigoso. Não porque qualquer pensamento seja perigoso, mas porque adulterou os seus métodos científicos e deixou-se cair no Misticismo. Abandonou as concepções de busca da verdade e buscou refúgio na Metafísica. Separaria a mente humana do físico, afirmaria que a perfeição seria atingível não tanto no plano do Real, mas sim no plano do Abstracto. É aqui que termina um ciclo de pensamentos sobre o Cosmos tendo como fim o conhecimento do Cosmos Total a partir do uso do Cosmos factual. A partir desse ponto, o Homem passa cada vez mais a ser o centro do seu próprio Universo.


O Pensamento Fisicista terá sido negado e subvalorizado pela posterior Filosofia: Deu-se o Triunfo do Abstraccionismo contra o Fisicismo, a Alma vence o Corpo, a suposição vence a conclusão fundamentada. Pitágoras inicia uma aproximação mística ao Cosmos. Com Platão, seu sucessor ideológico, o Ethos da Filosofia cai sobre o Homem e o seu intelecto de uma forma bastante acentuada. Platão defendia que os Astrónomos e os Cientistas deveriam cessar as suas observações do Cosmos: Bastaria que pensassem neles para adquirirem respostas. Este género de pensamento descolado da Realidade e preso à actividade cerebral humana tornou-se fortíssimo e suprimiu qualquer outra vertente filosófica ao ser aproveitado para suster as bases Teológicas da Igreja Católica.
Tenho grande confiança em que o Fisicismo, o Cosmocentrismo, vencerão outra vez a certo ponto na nossa História, não como formas de pensar cientifico, mas sim como formas e pensar filosófico.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Mens Super Corpus

Que mais deve ser o corpo, senão meio da materialização da acção mental? O corpo deve apenas ser ferramenta ao intelecto, controlado e racional, expressão exterior do trabalho de pensamento e do discernimento.
O cérebro é e deverá sempre ser visto como a fonte de alimentação, a máquina, a única parte do Ser capaz de tratar informação: de armazená-la, processá-la, arquivá-la, combiná-la e ordená-la, sempre em sentido de encontrar a Verdade, e de então comandar o corpo a reflectir em reacções (resposta a uma acção) essa mesma Verdade.
O corpo, enquanto simples matéria, responde a impulsos, como uma marioneta... Cabe ao cérebro enviar esses impulsos, impulsos que são (deverão ser) escolhidos consoante a correcta análise da presente situação. Qualquer reacção/impulso automatizado pelo corpo, imediato após a acção exterior, deve ser evitado, prevenido, pois não corresponderá a uma análise de factos, nem terá passado pelo processo de raciocínio e de sabedoria do Ser... Não será à partida a reacção Correcta. Mas, como "marioneta", o corpo deverá executar correctamente todos os impulsos do cérebro, e como para tal necessita de estar à altura da tarefa, este tem de ser trabalhado, treinado, aperfeiçoado mais e mais, para melhor conseguir reflectir em qualquer esforço exterior (corpus) o esforço interior (mens).

sexta-feira, 14 de maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ensaios Sobre a Mente: Vitium (vício)

Nesta série de ensaios tentarei explorar um pouco o campo do pensamento humano, e incidir sobre a sua capacidade de análise e de reacção perante diferentes matérias/situações.

Sem rodeios, passo a falar de vícios. Para fundamentar o que irei afirmar de seguida, vou
sucintamente explicar o que é um vício, como "nasce": é uma acção/matéria à qual, através da sua prática/utilização (quer por gosto, ou pela simples procura de aceitação social), passa-se a nutrir um sentimento prejudicial de necessidade e de subjugação para com ela. E é com base nesta descrição que ouso então afirmar que só é viciado quem não funciona segundo a "Mens super Corpus", mas sim ao contrário!
Entre muitos vícios comuns (ex: tabaco, droga, álcool, sexo, trabalho, jogos....) tomarei como exemplo o tabaco: existe a curiosidade de experimentar; experimenta-se; gosta-se (ou então não, mas sendo assim não há possibilidade de ficar viciado). Depois deste "gosta-se", é suposto processar-se uma análise de prós e contras quanto à frequência racional com que se fuma. Saber quanto tempo leva a maior parte da nicotina a ser expelida pelo corpo, saber que o prazer proporcionado pela nicotina é apenas provisório, logo dispensável, saber os prejuízos financeiros e físicos (saúde) que resultarão da prática constante do tabagismo... Face a isto, um indivíduo pensante/racional conseguirá tomar controlo sobre os apelos nicotínicos do cérebro ("Mens super Corpus"), saberá que é suicídio fumar diariamente e que, como diz o ditado, "tudo o que é demais, enjoa".
Só se torna viciado em algo aquele que não dominar sobre os impulsos do corpo, aquele que não souber pôr a Razão à frente da acção, e em muitos casos aquele que se deixa vencer e deprimidamente se abate sob um vício.

A Liberdade


A Liberdade é algo a aspirar com toda a força, é algo a almejar quase sem limites. Mas tanto se luta por ela em vão...
A Liberdade começa em nós, começa se nos libertarmos da nossa irracionalidade, a Liberdade começa quando somos, nós próprios, livres de nós. Ou seja. É na nossa mente, na nossa consciência que começa a nossa libertação, libertação face aos dogmas do nosso intelecto, libertação incondicional face a qualquer pré-conceptualização, face a todos os erros, todas as más ideias! Liberdade aparecerá de imediato quando resolvermos a opressão das nossas paixões, quando degolarmos cada falta, quando hastearmos o livre arbítrio sobre a prisão do nosso ser, a irracionalidade!
É quando passamos a viver racionalmente, felizes com a nossa escolha, que passamos a ser livres, ser livre para ser livre!
Daí de nada valer libertar-se um povo, se cada um dos indivíduos desse mesmo povo está preso, está amarrado em si, se cada um de nós, Homens, vivemos sufocados nos nossos erros, nas nossas mágoas, vivemos amordaçados e acorrentados a vidas sem propósito!
Liberdade atinge-se quando passamos a fazer aquilo que melhor se adequa a cada situação, no intuito de melhorar a existência do Outro, a Nossa, e a do Meio. Liberdade atinge-se quando deixamos para trás a vida que a Razão não quer, e abraçamos a felicidade e a paz, e o amor e tudo aquilo que satisfaz a nossa relação com o Cosmos!
Depois sim... Libertemo-nos dos Estados, das Opressões dos outros... Mais fáceis são de derrubar que a Opressão de nós mesmos!

domingo, 9 de maio de 2010

Ara Siluestris


Photo de Filipe Lopes
Edição de Paulo Cruz

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ideologia


Nada me importa mais que atingir a verdade, de ver a realidade, de existir em harmonia com ela.
É nesta relação verdadeira com o Cosmos, com tudo, que a minha existência passa a fazer sentido no plano do ideológico, que sou legítimo. Existo ao máximo das minhas capacidades.
É no reconhecimento da minha incapacidade de conhecer além do que me é dado a conhecer, é no reconhecimento da minha frágil natureza, do meu lugar remoto no Universo, que eu me torno único com o Todo. É aí que ao morrer, terei vivido com algum significado, é nesse momento que terei sido mais que uma forma de vida desprovida de racionalidade, terei atingido a Razão.
É na idealização de uma douta ignorância, é na aceitação empírica de que eu sou infinitamente pequeno, de que a minha existência é infinitamente insignificante, que passo a ser infinitamente grande, que passo a existir numa infinita significância.
Eu sei que sou pouco e isso faz de mim, MUITO

sábado, 1 de maio de 2010

Reflexão sobre a Fraternidade


Haktong-ni área, Coreia, 28 de Agosto de 1950, durante a Guerra da Coreia, esta foto mostra-nos um soldado americano confortando um camarada que perdeu um amigo em combate. Que captura... Que momento de brutal humanismo! Gostaria de partilhar esta fotografia convosco e também uma reflexão sobre a Fraternidade, sobre a sentimentalidade humana, sempre em articulação com o contexto da foto em questão.

Olhem para aqueles dois Homens... Na sua Casa seriam orgulhosos de mais para se abraçarem ou confortarem... Mas ali, torcidos e fatigados pelas balas e pelo sangue, cedem à humanidade e juntam-se para ultrapassar o momento. Ali, desfeitos, os Homens aprendem a amar, aprendem a camaradagem, aprendem a partilhar, a confidenciar, a dar! Destroçados, os Homens tornam-se bons, ajudam-se, unem-se! Entre as balas são genuínos e aprendem a modéstia! Enquanto disparam e perdem os seus amigos, aprendem a Humildade...
Quanto a mim, a guerra, como qualquer outro desastre, ensina-nos, pelo menos aos mais envolvidos, a ser verdadeiros, a ser humanos no sentido sentimental do termo. Após os desastres, dá-se o desastre de nos alienarmos das coisas importantes, deixamos de dar valor ao que temos, afastamo-nos dos Outros, esquecemo-nos daquilo que esse desastre nos ensinou.
Foi o período de desastre como a Guerra Colonial que formou o 25 de Abril e todo o bom ambiente de camaradagem e união dessa Revolução. Foi o desastre da Segunda Guerra Mundial que uniu a Europa Livre e os USA no amor à pátria, à liberdade, aos direitos humanos. Foi o desastre do Sismo do Haiti que uniu tanta gente à volta da protecção e reconstrução desse país. É na adversidade e da adversidade que o espírito humano da bondade racional se eleva! É na aflição que se revela o nosso ser, que compreendemos melhor o Cosmos e nós mesmos, que desafiamos o Cosmos e nós mesmos e assim crescemos e tornamo-nos mais fortes!
É por isso que olho agora à minha volta e me desanimo... Tanta juventude desligada da realidade... tantos adultos e idosos desligados daquilo que no fundo interessa... Tanta arrogância, tanto amor à ignorância, tanta futilidade... Tudo isso, espero que não, torcido será por outro desastre qualquer em breve...
Eu não necessito de algo extremo para me lembrar dos meus Amigos, para lhes dar amor, para os ouvir, confortar... A Fraternidade é essencial e não tem de ser algo de Guerras ou Desastres, tem de ser algo natural, o amor tem de ser espalhado. A tolerância tem de ser divulgada! Fora de uma provação, eu tento ser humano, tento ser racional, tento ser bom, e isso é o correcto!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Exposição de uma dúvida/tema de conversa:

Sendo todo o Cosmos composto e/ou organizado por Razão, se tudo o que tem existência rege-se pelas leis da Racionalidade e portanto toda a matéria age segundo essas Leis, onde há aí o espaço da irracionalidade?
Se tudo é racional, como se explica sequer existir a possibilidade de um ser (Homem) agir sem qualquer uso da lógica, fazendo coisas injustificáveis? Possíveis exemplos: o gostar de um sabor ou de um cheiro, ou o gosto de certas obras de arte e desgosto de outras...

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril de '74: Visão Lógica e Simples


Na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, Militares do Exército iniciam manobras subversivas, principalmente a partir da Escola Prática de Cavalaria de Santarém e de outros pontos do país, como Estremoz, Figueira da Foz, Lamego, Lisboa, Mafra, Tomar, Vendas Novas, Viseu, e dirigem um largo contingente para Lisboa a fim de tomar o Quartel-General da Região Militar de Lisboa, o Terreiro do Paço e os Ministérios, cercar o Quartel do Carmo e capturar Marcello Caetano, capitulando assim o Governo do Estado-Novo Português. O povo, bastante ofendido com a Guerra Colonial e com décadas sucessivas de políticas opressivas (este aspecto não terá afectado severamente todos os portugueses, claramente), juntou-se à marcha militar e rompeu com a ditadura gritando liberdade. Nos meses seguintes veio a instalar-se o PREC, momento que não discutirei nesta abordagem.

Primeira Ideia: A Revolução dos Cravos não terá sido de facto uma Revolução mas sim um Golpe de Estado Militar perpretado pelas Forças Portuguesas exaustas da Guerra Ultramarina. Uma Revolução pressupõe uma viragem muito abrangente dos fundamentos da sociedade (exemplo é a Revolução Francesa que termina de vez com a Monarquia Religiosa Aristocrata e que a substitui por uma Res Publica "Equalitária"). No caso do 25 de Abril, no fundo, as coisas continuaram estruturalmente, a nível social e cultural, quase iguais. O Estado caiu e a censura e a perseguição política também, mas isso tratou-se de uma consequência do Golpe Militar.

Segunda Ideia: O 25 de Abril de '74 foi algo feito pelos militares, algo que parte da esfera armada e depois é aproveitada (e bem) pelo povo português. é um Golpe de Estado com um objectivo primário bastante claro: Terminar a Guerra, terminando o Estado-Novo e terminando com estado de estagnação cultural e social ao qual Portugal esteve submetido. Claramente, no seio do MFA, existia um grande numero de apoiantes de ideologias de Esquerda Marxista e essa ideologia, conjuntamente com a ideologia social democratizante e comunista de muita da resistência social portuguesa da década de 70', guia o Golpe de Estado para algo muito esquerdista e que se passaria a assumir como algo mais que um golpe pelo fim da guerra. O Povo e a "Resistência" aproveitaram este Golpe Militar, não que isso seja errado, simplesmente seria melhor se todos nós percebêssemos que esta "Revolução" foi criada por militares num intuito que mais tarde aumenta para algo mais generalizado e libertador, mais ideologicamente apetecível, mas na sua génese, este momento fundamental da História Portuguesa é uma resposta à saturação da situação colonial portuguesa e ao descontentamento no seio das Forças Armadas Portuguesas.

Terceira Ideia: de pouco terá servido uma revolução a nível socio-cultural, e já não falando a nível político-militar, se, passados 36 anos, tantos atentados à Democracia são cometidos, tanta ignorância face ao 25' e face à Res Publica e à Democratia persiste na população portuguesa, tanta indiferença há face aos ideais cívicos que tão corajosamente foram defendidos naquela manha de 25 de Abril de '74...

Zeca Afonso - Grândola, Vila Morena

"O povo é quem mais ordena, dentro de ti ó cidade"

25 de Abril



25 de Abril... Esse episódio marcante, que mais importância teve no Portugal actual... supostamente.
Antes da Revolução dos Cravos, a economia estava bem (pudera, com um ex-Ministro das Finanças (Oliveira Salazar) agora como ditador do país, praticando apenas a sua vontade e mais nenhuma), não se vivia mal, e desde que cada um não abrisse a boca para opinar qualquer aspecto negativo do controlo, tudo corria bem. Mas o errado era precisamente isso. E então organizou-se, planeou-se, orquestrou-se uma revolução, que trouxesse de novo ao Povo, essa entidade a quem em exclusivo cabe o poder de escolha dos meios de serem felizes, pois directamente a eles são dirigidos os efeitos dessas mesmas escolhas, e que terminasse com uma governação egoísta, aprisionante e limitadora! Devolver às pessoas sentimento de liberdade, de relevância para o funcionamento e para a gestão/organização do país, devolver às pessoas a sua capacidade de pensar e de discernir sobre as coisas, e de com igualdade expor e até contribuir significativa e intelectualmente para o avanço do país e do Homem!

Deu-se o movimento, uma revolução sem sangue e sem grande resistência, uma revolução que marca o imponente e incombatível poder da Razão, algo comum a todos e que torna todos Iguais entre si, com os mesmos direitos, com a mesma relevância, com a mesma oportunidade de deixar marca no mundo, com a mesma significância no Cosmos! E os soldados até colocaram cravos nos canos das suas armas de fogo, como prova de que não é necessário aniquilar fisicamente ninguém para fazer prevalecer os valores correctos da razão e da ordem...

Deu-se a revolução, e talvez até por uns tantos tempos se tenha vivido com tais valores e sentimentos bem presentes na sociedade. Mas ao tempo que tal coisa se perdeu já...! Olho para a sociedade hoje, e não vejo em praticamente sítio algum restos desses valores... não vejo isso nos impostos, não vejo isso no destino dado aos impostos, não vejo isso nos políticos de hoje, não vejo isso em muitos portugueses de hoje... não vejo uma democracia, muito menos uma Res Publica!

Anseio ainda o dia em que nos apercebamos do que se passa, de quem escolhemos para orientar as nossas vidas, dos direitos que temos, dos deveres que temos para com o próximo, e que nos apercebamos de qual é o único caminho justo, racional e feliz para uma vida em sociedade, como outrora já foi idealizada (só falta concretizá-la). Anseio um verdadeiro e terminado "25 de Abril".

sábado, 24 de abril de 2010

A Resistência


A minha Resistência é resistir em luta... Não contra um estado, não contra um Homem, mas contra mim próprio! A Resistência é a tremenda guerra contra os meus erros, a forma como eu resisto às minhas paixões, a forma como eu prescindo do meu total Ethos pelo Pathos, como eu prescindo de Mim pelos Outros e pelo Meio. Principalmente, a Resistência para mim é a forma como eu luto contra a irracionalidade pela Razão, a forma como levanto armas contra os meus preconceitos e concepções erradas e gero a visão racional e ajustada do Mundo!
Sem resistir em mim, nunca conseguirei resistir contra os outros, nunca terei uma base para lutar, nunca terei uma rota, nunca haverá um quase perfeito delinear ideológico, nunca haverá da minha parte uma aproximação ideal à Razão, logo esta Resistência será em vão.

A minha Luta é contra a Irracionalidade e essa Luta começa em mim...
Comecem vocês também, e o Mundo será melhor para a nossa espécie...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A Democracia: Exercícios Lógicos


O ser Humano é um ser plural e social.
O ser Humano é um ser divisível fisiológicamente em duas categorias chave: Género e Faixa Etária (Homem ou Mulher, Criança, Adolescente, Adulto ou Idoso). Pois são estas as mais básicas categorias naturais humanas, sem contar com as possíveis deficiências ou situações de doença.
O ser Humano é então um ser equalitário por natureza pois as diferenças de género e de idade não causam uma obrigatória distinção social no acesso a recursos, a oportunidades, não fecham a X grupo o acesso a Y direitos, nem o obriga a Z deveres.

Cientificamente não existe uma Burguesia ou uma Nobreza, uma Classe Média e uma Alta, não existem escravos, não existem plebeus ou pobres! Na realidade somos todos iguais exceptuando a nossa idade e o nosso sexo! E mesmo nessa diferença, os nossos direitos e deveres dentro duma Sociedade são iguais, os nossos acessos também!

A Democracia, ou Isocracia, o poder em Todos, é o regime mais aceitável, é o que devemos procurar. Todos, apartir da idade da maioridade, devem ter acesso à decisão das coisas públicas, (Res Publica), todos, sem excepção devem ser tratados pelo Estado como iguais, com dignidade e respeito. O Estado deve ser o conjunto de todos e todos devem decidir. As riquezas pessoais devem ser em parte equalizadas e vigiadas pelo Estado.
Igualdade de oportunidades e decisão, é a Ideia da Democracia.
E a Democracia não é isto que hoje temos como regime...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Que se faça silêncio



Que se faça silêncio
Preparem-se os homens, recarreguem-se as armas
Abracem-se as mulheres, vistam-se as fardas
Tragam a bandeira, afiem-se as espadas
Que se eleve o espírito, que se agucem as almas

Que se interrompa o silêncio
Que se batam os tambores
Que soem os alarmes
Que se ergam os estandartes
Que se iniciem novos alvores

Das armas não sairão tiros
Ponham ramos de oliveira nos canos
Dêem os últimos suspiros
Que a nossa causa não definhe com os anos

Coroem-se de carvalho e oliveira
Ostentem a vossa bandeira
Que este pano azul vos cubra
Essa alma tão rubra

Ponham ramos de oliveira no chão
Marquem bem a vossa passagem
Para trás fica o coração
A nossa frente marcha a nossa mensagem

Ribombem as baterias, batam os tambores, soltem tais calores!
Hoje é o dia em que uns homens perdem e a Humanidade ganha!
Juntem -se irmãos, levantem-se irmãos, saiam desse chão, nunca mais nos pisarão!
Athena vigia a tua espada, guia a tua bala, pede-lhe para nunca as usares
Athena vigia a tua causa
Pois a tua causa é a razão

Hint:

"Happiness is not a state of mind...
Is a state of society."

domingo, 18 de abril de 2010

Foto-Exposição da Pars Maritima: Parietinarum et Finisterra Europea



Ontem, dia 17 de Abril, eu e 3 amigos meus metemo-nos pelos caminhos da Pars Maritima, pela manhã, num dia de perfeitas condições atmosféricas que, conjuntamente com o esplendor natural desta costa portuguesa, nos propiciaram uma experiência única e que se materializou em um conjunto de fotografias que irei expor em baixo.
De Nissan Micra Super S, 4 indíviduos, 3 saloios e 1 algarvio, fizeram-se à estrada até entrar, pelo Carvalhal, na Pars Maritima (conceptualização e termo referente à costa de Sintra/Ericeira) e avançaram até à Samarra. Depois meteram-se numa linha exploratória desde a praia divina que dá nome a este Blog até à Praia da Vrsa, já no Cabo da Roca. A reter desta demanda fica beleza natural de uma zona menosprezada pela população de Portugal, e ainda bem =D. Porém quero expôr de forma descontraída e divulgadora, esta área que existe no meu coração, onde eu existo e onde sou mais feliz, junto ao mar e entre as falésias, as muralhas do Continente.
Com cada fotografia escreverei uma descrição do local em questão.


Vista da Parietinarum(das Falésias da Lomba dos Pianos, Magoito) a partir da Fenestra


Cataracta Magna, foz da ribeira da Samougueira, Enseada de Gerebele


Valles Sublimis, ribeira da Samougueira


Ponta das Incimas, Magoito


Acta Equidia (Praia do Cavalo, Adraga)




Várias prespectivas da Praia do Cavalo


Lapis Spectatrix, Finisterra Europea

Fotos de Carlos Duarte Simões

sábado, 17 de abril de 2010

Portugal, dia 17 de Abril de 2010

Hoje não existe governo em Portugal... Ontem também não existia, e amanha creio não vir a existir...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Yeats

But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Homem e o Cosmos: A Conexão


Quem somos nós, Humanos? Que existência é a nossa? Além, muito além, de estudantes, médicos, agricultores, pintores, astrónomos, de atletas, de criativos, de curiosos, de filósofos, de amigos, amantes, quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Que lugar ocupamos no Universo, e, sendo completamente arrojado na questão, em que lugar e em que tempo, em que dimensão, somos no Cosmos?
Apenas agora começamos, Humanos, a perceber a constituição da matéria, a sua história, as suas caracteristicas e relações entre si. E é nesse conhecimento do Universo, nessa demanda pela luz, por fim, sobre a questão do "What?", do "O quê?", que conseguiremos e já conseguimos em parte, descobri quem somos.

Esta introdução foi feita para dar claridade a um assunto bastante interessante e que, do qual, espero que saia um fruto. Esse fruto, para quem ler este artigo, será uma pergunta retórica, uma questão existencialista, da qual sairá uma mensagem simples: O Cosmos somos nós, O Cosmos habita em nós.

Como? Quando falamos de Cosmos(Tema batido imensas vezes neste blog devido à importância do mesmo face a si mesmo e, logo, a nós Humanos) falamos obrigatoriamente de Tudo. Esse Tudo é Tudo o que existe, a Ordem como existe, a Forma que tem Toda a existência. Nesse Tudo há espaço para Nós, Humanos, e Desse Tudo, não poderemos escapar. Isto porque nós Somos! Ao Sermos, inserimo-nos no Cosmos porque o Cosmos É, e não só É como é a própria Existência. Poderá ter várias Espacialidades, várias Dimensões, várias Temporalidades, vários Universos, o Cosmos é nos um mistério se quisermos ver Nele um todo. Mas não é um mistério quando, em crianças, tropeçamos numa pedra, na nossa actividade desatenta, e caímos contra o chão. Não é um mistério quando, ao existirmos, vemos o Tempo a passar. Nem sequer é um mistério quando a pessoa que amamos sorri para nós. Porque Tudo é o Cosmos, porque Tudo obedece às Leis do Cosmos, porque Nós, eu e tu, somos o Cosmos.

Ora, fisicamente, somos um Universo nós próprios. Milhões e milhões de seres-vivos compõe-nos, vivem em nós, são eles próprios, em conjunto, nós! E todas as células que existem em nós são por sua vez compostas por milhões e milhões de átomos, reunidos em partículas, em construções. E mesmo dentro desses átomos, há uma variedade de partículas sub-atómicas que compõem o que compõe o que nos compõe.
Como somos divisíveis! E aliás, quem somos nós afinal? Quando aquilo que pensamos ser uma unidade, A Unidade, nós próprios, é, no fundo, uma multiplicidade de células, de vida, de átomos, de matéria. Quando eu penso o que escrevo neste blog, quem pensa na realidade? Eu? Ou os milhões de seres que, quase como numa república, numa democracia ideal, individualmente constituem o meu ser?

Outra questão nesta demanda pela boa conceptualização do nosso ser é algo do qual nos esquecemos ou nunca pensámos sequer... Somos compostos por Oxigénio, Carbono, Hidrógenio, Azoto, Ferro... Enfim, não irei citar todos, pois são dezenas de átomos diferentes. No início do nosso Universo existia apenas uns átomos básicos (Hidrogénio e Hélio), os elementos mais simples. É nas estrelas que estes elementos dão origem a outros atomicamente mais pesados através dos processos nucleares decorrentes no núcleo estelar. Ora, quando uma estrela explode para o espaço, liberta enormes quantidades de matéria mais pesada. Essa matéria agrupar-se-á numa nebulosa que colapsará sobre si e criará estrelas e planetas. e nesses planetas surgem então, possivelmente formas de vida apartir de elementos orgânicos, formados de matéria pesada . Então a conclusão é quando apertamos a mão a alguém, estamos de facto a apertar a mão a algo que veio de uma estrela. Aliás, nós vivemos num corpo que é materialmente proveniente de uma estrela gigante vermelha que desapareceu antes de o Sol se formar!
Nós somos material das estrelas! É de lá que nós viemos!
Então há uma conexão entre mim e o maior filósofo, entre mim e o presidente do país mais rico, entre mim e o maior assassíno, entre mim e aquela oliveira pela qual passo todos os dias para ir para a Faculdade, há uma conexão entre mim e as pedras daquele muro tosco que observo ao vir da Faculdade, as montanhas, os rios, as nuvens, todo o planeta! Há uma conexão entre mim e o Sol!
Isto dá-me um alento enorme, uma espécie de sensação de igualdade, de horizontalidade em toda a minha existência e co-existência. No fundo, somos todos irmãos! No fundo somos todos feitos do mesmo! E no fundo, somos todos, nós Humanos, indiscritivelmente pequenos, no oceano imenso que é o Universo. Nem somos de considerar na vastidão multifacetada do Cosmos! Não somos nada, mas somos iguais, somos todos Irmãos

Esta é a conclusão que quero que tiremos todos quando nos perguntamos à cerca de quem somos nós: O Cosmos somos nós, O Cosmos habita em nós.